Indicadores de degradação agrícola de pastagens

Faça parte da comunidade Zootecnia Brasil! Inscreva-se!

O Zootecnia Brasil não envia anúncios ou e-mails em excesso.

Junte-se a 1.005 outros assinantes
fonte:https://portal.agriconline.com.br/artigo/degradacao-de-pastagens-identificando-o-nivel-de-degradacao-de-pastagens/

A degradação agrícola de pastagem é a queda considerável e contínua da produtividade do pasto, com mudança na composição botânica do ecossistema de pastagens, isto é, menor presença de plantas forrageiras e maior de plantas daninhas (Dias-Filho et al., 2017).

No Brasil a degradação de pastagens é muito recorrente, dos aproximadamente 200 milhões de hectares de pastagens nativas ou implantadas, estima-se que pelo menos cerca de 20% estão degradadas ou em estágio de degradação, ao ponto de ser necessário a interferência para reverter a situação (EMBRAPA).

Práticas incorretas de manejo são o primeiro passo para a ocorrência, como a falta de adubação e utilização de altas taxas de lotação que excedam a capacidade do pasto de recuperar-se do pastejo e pisoteio. Desse modo, como resultado da degradação, é possível observar alguns indicadores.  

Leia também: Degradação do solo e suas consequências

Um dos principais indicadores é a redução da biomassa vegetal, que é essencial para garantir a cobertura do solo e garantir uma eficiente ciclagem de nutrientes no ecossistema de pastagens, consequentemente otimiza a produção vegetal e consequente desempenho dos animais em pastejo (Dias-Filho et al., 1998)

Ocorre uma redução do vigor da biomassa vegetal de pastagem nativa ou cultivada, na qual o crescimento da forrageira primária é reduzido, demorando a responder a estímulos de chuva e temperatura e reduz a sementeação natural. Assim como ocorre mudanças na composição botânica do ecossistema de pastagens, isto é, há um aumento de plantas invasoras que conseguem se desenvolver melhor no solo na situação em que se encontra em comparação com a forrageira cultivada e consequentemente afligir as mesmas, podendo levá-las a morte.

Os autores Serrão e Toledo et al (1990) consideraram que pastagens com percentuais de plantas daninhas superior a 80% já são consideradas degradadas, sendo que a capacidade de suporte do pasto cai entre 60 a 80%, enquanto que em até 10% de plantas daninhas o pasto consegue manter seu vigor produtivo, e percentuais de plantas daninhas de 30% a 35% e 70% indicam pastagens de média e baixa produtividade respectivamente.

Acesse também nosso LinkedIn e nos siga: Zootecnia Brasil

Enquanto que um nível muito alto no estádio de degradação está associado à uma predominância de solo descoberto, no qual há apenas alguns pontos com alguma cobertura vegetal e consequentemente há sinais evidentes de erosão. Durante esse processo a capacidade de suporte do pasto cai acima de 80% (Dias-Filho., 2017), sendo refletido diretamente na cadeia produtiva de alimentos de origem animal, havendo quedas significativas de produção.

Muito se diz que em pastagens com alto nível de degradação há uma correlação positiva com o aumento da presença de cupinzeiros. Porém, estes não podem ser analisados exclusivamente como indicadores de degradação, visto que sua associação está relacionada com a baixa fertilidade do solo, especialmente com aumento da acidez (Lima et al., 2011).

É possível recuperar pastos desde níveis menores à intensos de degradação, no entanto deve-se levar em consideração que quanto mais intensivo deve ser o processo, maior deve ser o investimento. Desse modo, das alternativas possíveis destaca-se: partindo da análise de solo, pode-se realizar calagem de forma a aumentar o pH do solo, visto que há plantas daninhas que se desenvolvem melhor em solos ácidos. Assim como realizar adubação para recuperação da fertilidade ou adaptar outros meios como implementar integração agricultura-pecuária, consórcio entre gramíneas e leguminosas, ou até mesmo a realização de arborização de pastagens, dependendo da cultura forrageira a ser utilizada no ecossistema de pastagens.

Referências:

DIAS-FILHO, M.B. Degradação de pastagens: o que é e como evitar / Moacyr Bernardino Dias-Filho. — Brasília, DF : Embrapa, 2017. PDF (19 p.) : il. color.

DIAS-FILHO, M.B. Degradação de pastagens: processos, causas e estratégias de recuperação / Moacyr Bernadino Dias-Filho. – 4.ed. ver., atual. E ampl. – Belém, PA : Ed. Do Autor, 2011. Bibliografia. ISBN 978-85-911831-0-4

DIAS-FILHO, M.B. Pastagens cultivadas na Amazônia oriental brasileira: processos e causas de degradação e estratégias de recuperação. In: DIAS, L.E.; MELLO, J.W.V. (Ed.) Recuperação de áreas degradadas. Viçosa: UFV, Departamento de Solos; Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas, 1998. P.135-147.

LIMA, S.S.; ALVES, B.J.R.; AQUINO, A.M.; MERCANTE, F.B.; PINHEIRO, E.F.M.; SANT’ANNA, S.A.C.; URQUIAGA, S.; BODDEY, R.B. Relação entre a presença de cupinzeiros e a degradação de pastagens. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.46, n.12, p.1699-1706, dez. 2011. Doi:https://doi.org/10.1590/S0100-204X2011001200016 

 SERRÃO, E.A.S.; TOLEDO, J.M. The search for sustainability in Amazonian pastures. In: ANDERSON, A.B. (Ed.). Alternatives to deforestation: Steps toward sustainable utilization of Amazon forests. New York: Columbia University, 1990. p.195-214.

2 respostas

Deixe uma resposta

Compartilhar

Share on facebook
Facebook
Share on linkedin
LinkedIn
Share on telegram
Telegram
Share on whatsapp
WhatsApp

TAMBÉM QUER SEU ANÚNCIO AQUI? ENTRE EM CONTATO

Translate »