Os cães são pertencentes da família Canidae, dos quais passaram por um processo de domesticação ao longo da história, assim, o cão, antes um animal rústico, nômade e selvagem, com diferentes hábitos, tornou-se um ser apto e dependente do convívio humano.
Diante disso, eles foram se desenvolvendo conforme o ambiente em que viviam, sendo assim, sofreram mudanças evidentes de comportamento e de alimentação. Assim, eles viviam soltos na natureza, sem contato com humanos e consumiam aqueles alimentos disponíveis no seu ambiente. Deste modo, com o convívio com humanos, tornou-se o melhor amigo do homem. Assim, foram surgindo variedades de alimentos, sejam eles mais comuns ou formuladas para cada categoria animal.
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Em princípio, muitos tutores têm o intuito de fornecer aos seus cães uma alimentação mais “saudável”, que seja simples, com baixo custo e sem adição de conservantes. Desta forma, é nesse pressuposto, que surge a ideia de dieta caseira.
A dieta caseira é aquela em que é constituída por alimentos comuns, muitos deles presentes na alimentação humana, como por exemplo arroz, carne, legumes e etc. Desta maneira, ela pode ser preparada pelo próprio tutor, por meio de formulações já balanceadas por nutricionistas. Apesar disso, uma problemática desta dieta é o simples fato do dono não seguir a dieta à risca, visto que, muitas vezes, o dono altera a ração por pensar que ela não está boa o suficiente, enfim, sendo mais direto, o “tutor, costuma alterar a composição da dieta conforme o seu gosto e não ao do animal”, assim a dieta acaba sendo desbalanceada o que pode acarretar problemas, como por exemplo, de déficit nutricional ou até mesmo obesidade.
Fornecer ao animal uma ração caseira ou não pode gerar inúmeras vantagens, bem como, ajudar a resolver doenças alimentares, dermatológicas, maior controle da ingestão dos nutrientes, aproxima o animal do seu hábito alimentar natural, são mais flexíveis, possibilitando maior adequação ao perfil nutricional, porém, sua limitação é à respeito da palatabilidade, digestibilidade do animal e do valor nutricional de cada alimento na dieta.
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O alimento que for usado no preparo da dieta caseira deve ser fresco, orgânico ou silvestre, quando congelado não deve ser descongelado na temperatura ambiente, visto que, pode aumentar a contaminação por microrganismos. Além disso, deve estar apto para consumo humano, devendo ser manuseado e cozido corretamente, já que todos estes aspectos irão influenciar na qualidade final da comida.
A composição desta dieta pode ser analisada por meio de alguns quesitos e proporções, bem como: categoria do alimento (carboidrato, proteína, gordura, vitamina, mineral); relação de carboidrato:proteína (2:1 ou 3:1), qualidade e tipo de proteína, dentre outros.
Agora, em contrapartida às dietas caseiras, no mercado há disponibilidade das rações comerciais, estas por sua vez podem ser consideradas mais seguras, visto que, possuem um padrão da qualidade e quantidade dos nutrientes, ou seja, elas podem ser consideradas melhores para o consumo do animal. Apesar disso, muitos tutores têm receio de oferecer aos animais, pois possuem a perspectiva que elas podem ser prejudiciais à saúde do animal (decorrente da adição de conservantes e corantes), e/ou não possuir uma palatabilidade tão boa como a caseira.
Enfim, o fornecimento de uma ração caseira ou comercial depende de diversos fatores, bem como o contexto sócio-cultural do dono, a composição e palatabilidade, além do consumo e custos destas dietas, para ver qual delas é compensatório.
Referências:
PEREIRA, D.; SILVA, D.; APRESENTADA, M. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E VETERINÁRIA Canis familiaris: Aspectos da Domesticação (Origem, Conceitos, Hipóteses). [s.l: s.n.].
HALFEN, D. P. et al. Tutores de cães consideram a dieta caseira como adequada, mas alteram as fórmulas prescritas. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 37, n. 12, p. 1453–1459, dez. 2017.