O que é conforto térmico e a importância dele para os peixes

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Você sabia que o corpo tem a capacidade de se adaptar a diversas mudanças no ambiente, como intensidade sonora, teor de oxigênio no ar, flutuações de calor, etc.?

Porém, mesmo que nos adaptemos a essas mudanças, devemos ressaltar os possíveis efeitos colaterais no metabolismo, principalmente os causados ​​pelas mudanças de temperatura, pois nestes casos o conforto térmico pode ser bastante afetado.

Para definir este termo, é necessária uma combinação de critérios físicos (temperatura, umidade e velocidade do ar), critérios psicológicos (o estado mental de um indivíduo após mudanças no ambiente) e critérios fisiológicos (a resposta padrão do corpo a determinadas condições externas).

Leia também: Parâmetros de qualidade e temperatura no ambiente aquático na criação de peixes

O conforto térmico é, portanto, uma combinação desses fatores, resultando em um índice térmico satisfatório ou insatisfatório.

Por exemplo, um ambiente que proporciona conforto térmico adequado é aquele que está dentro de uma faixa estável e não sofre extremos de velocidade do vento e umidade.

Em todas as áreas da pecuária, o bem-estar animal é uma máxima dentro da atividade e na piscicultura não seria diferente, apesar de ser muito pouco estudado. Por exemplo, dentro desta prática as boas práticas incluem o fornecimento de ração nas medidas certas, o conforto térmico do tanque e a quantidade correta de água.

Os peixes não têm a capacidade de regular a temperatura corporal, diferentemente dos mamíferos e aves, ou seja, ela varia de acordo com a temperatura do ambiente em que está… a água. Alguns fatores – em equilíbrio – são responsáveis para que haja a determinação da sanidade do animal como a condição interna dos peixes (o metabolismo), os patogênicos e o próprio ambiente.

O processo no qual os animais mantêm a temperatura dentro de uma faixa de valor ideal para essa manutenção dos processos biológicos é denominada termorregulação. O calor para que possa ocorrer essa termorregulação pode vir tanto de uma fonte externa ou do próprio metabolismo do animal.

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Os animais denominados endotérmicos têm a capacidade de manter a temperatura corporal estável que não dependem das alterações do ambiente. Já os animais exotérmicos não conseguem manter essa temperatura corporal dentro de uma faixa ideal, fazendo que necessitem de uma fonte externa para que possa realizar essa manutenção. Temos grandes exemplos de répteis e peixes.

Com as temperaturas mais baixas, a chance de ocorrer um desequilíbrio ambiental por causa da diminuição do consumo de alimento e crescimento é muito alta. Além disto os peixes são muito sensíveis a grandes variações de temperaturas, podendo diminuir sua resistência às doenças, alterações comportamentais, ocasionando a morte em sistemas de produção.

Quando esses animais estão nos habitats naturais, eles tendem a fugir de condições com baixos níveis de oxigênio e elevadas temperaturas, que nem sempre é possível em condições de cultivo (Ali et al., 2003).

Mas então qual é a temperatura ideal para os Peixes?

Em 2000, Cyrino concluiu que a faixa ideal para o crescimento dos peixes de águas quentes é entre 25 e 32ºC. A velocidade das reações químicas e biológicas é duas vezes maior ou menor para cada 10ºC de flutuação da temperatura. Podendo concluir também que a degradação das matérias orgânicas, dissolução de fertilizantes e degradação de produtos químicos é maior em águas quentes do que em águas frias.

Nos anos seguintes, Clarke afirmou que um peixe tropical mantido a mais ou menos 30ºC requer seis vezes mais oxigênio para o metabolismo de repouso que um peixe polar a 0ºC.

Dentro da alimentação e manejo, é importante ter a percepção comportamental de cada espécie. Rocha em 2001 descreveu que é de suma importância determinar a quantidade de alimento a ser fornecido, o horário de alimentação, a frequência e o ritmo de alimentação, já que tem influência direta.

Quando os peixes atingem sua temperatura corpórea ideal, o alimento que ele consome é muito mais bem aproveitado, que faz que tenha a liberação da energia necessária à multiplicação celular e ao crescimento (Piedras et al., 2004).

A técnica utilizada para ter um controle de resposta na alimentação é o tempo em que os animais consomem. Quando os peixes comem toda a ração em 15 minutos, ocorre uma movimentação na água, que é um indicativo que não estão estressados.

A temperatura também tem o poder de modificar até mesmo a reprodução. Espécies que vivem em clima tropical têm o fator preocupante quando se trata de baixas temperaturas. As tilápias, por exemplo, abaixo de 20ºC tem a reprodução totalmente comprometida.

Quanto as doenças: Dependendo da qualidade e temperatura da água, os ectoparasitas se reproduzem mais rapidamente, levando a grandes perdas dentro de uma produção.

É muito raro que aconteça em temperaturas superiores a 18ºC, mas as enfermidades têm sido registradas especialmente quando ocorrem baixas temperaturas ou até mesmo oscilações bruscas, problemas de manejo como alta densidade populacional ou até mesmo pós transporte inadequado (Popma e Lovshin 1996).

Em conclusão: a influência da temperatura da água dentro da piscicultura interfere diretamente no bem-estar dos peixes. Inúmeros autores mostram que a temperatura interfere na redução e afinidade da hemoglobina, bem como desvio energético ocorrendo assim no crescimento do pescado e eficiência alimentar.

Links úteis:

https://www.cnabrasil.org.br/noticias/conforto-termico-e-quantidade-de-racao-sao-determinantes-no-bem-estar-animal-na-piscicultura

https://www.3tc.com.br/blog/conforto-termico/

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