Protocolos de adaptação de bovinos – Confinamento

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protocolos de adaptação

O censo de confinamento 2021 realizado pela DSM registrou um rebanho bovino confinado de 6,5 milhões, um crescimento de 2% quando comparado ao ano de 2020. A sede do mercado chinês por nossa carne em conjunto com o benefício da intensificação da produção, são fatores que impulsionam o crescimento da atividade.

O recebimento do gado e o processo de adaptação (através de protocolos de adaptação) dos animais que em sua grande maioria foram criados a pasto – sendo que em muitas realidades do Brasil esses animais recebem apenas sal branco – são pontos importantes e considerados críticos dentro do confinamento, exigindo cuidado e muito conhecimento técnico sobre composição nutricional dos ingredientes e metabolismo dos ruminantes.

Leia também: Acidose Ruminal em bovinos de corte

Problemas relacionados a falta de adaptação

A mudança brusca de uma dieta a base de volumoso (pasto), para uma dieta rica em concentrado (principalmente o milho) traz grandes mudanças no ecossistema ruminal, sendo a queda do pH uma das principais e preocupantes mudanças.

Essa queda brusca do pH pode-se caracterizar em um quadro de acidose ruminal, podendo ser subaguda (crônica e mais difícil de se perceber) e a aguda (ou acidose lática, sendo essa perceptível). A subaguda pode trazer maiores problemas econômicos a longo prazo, devido a queda do desempenho animal e a difícil detecção do distúrbio. A acidose aguda é caracterizada pelo acumulo de ácido lático (pka = 3,1), sua absorção e entrada na corrente sanguínea, caracterizando assim uma acidose metabólica.

protocolos de adaptação
Filho, 2017. Enfermidades ruminais, hepáticas e podais em bovinos confinados.

Como resultado da acidose, o animal pode sofrer com outros problemas como ruminites – associadas aos abscessos hepáticos – hiperqueratose das papilas ruminais diminuindo a área de absorção do rúmen e problemas podais como laminite. Para impedir que esses problemas aconteçam, são utilizados os protocolos de adaptação.

Protocolos de adaptação

Após a chegada dos animais, é esperado que eles passem por um programa de recebimento, onde possam descansar, beber água de qualidade e consumir uma dieta volumosa, visto que esses animais vem de um período de restrição (transporte e manejo), e caso ofertado concentrado pode levar a queda abrupta do pH por alto consumo em pouco tempo, e consequentemente, acidose. Em pesquisa realizada por Pinto e Millen (2016), os programas de recebimentos mais utilizados foram:

  • Pasto mais concentrado no cocho (12);
  • pasto mais cocho com concentrado e volumoso (5);
  • somente pastagem (5).

Quanto aos protocolos de adaptação, a pesquisa mostra que o mais utilizado (entre os entrevistados) foi o Multiplas dietas em escada (Multiple step-up diets), seguido de Uma Dieta com menos energia que a dieta final (Only one diet containing less energy than final diet). O protocolo step-up consiste no fornecimento de ração ad libitum com o aumento de concentrado de forma gradual (imagine que cada dieta com mais concentrado é um degrau de escada) até alcançar a dieta final, onde o rúmen já estará adaptado e o risco de uma possível acidose será baixo.

A média de dias que os animais ficarão em cada protocolo e em cada dieta é variável, mas na pesquisa citada, a média para o protocolo step-up foi de 16 dias no total e 3,2 dias em cada dieta. Para o protocolo com apenas uma dieta com menos energia que a dieta final foram 19,8 dias no total antes de passar para a dieta final.

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