Lágrima ácida em cães: Entenda.

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É normal encontrar em animais de pelagem clara e/ou focinho achatado manchas marrom-avermelhadas sob os olhos. O nome técnico desta condição é Cromodacrioreia, mas é usualmente conhecida por “lágrima ácida”. A lágrima ácida, apesar de afetar a estética, é inofensiva à saúde do animal e embora o nome seja sugestivo, o pH da lágrima não é ácido, mas sim neutro, o que contribui com o escurecimento da área. O tom escuro se deve por substâncias presentes na lágrima, a lactoferrina e a porfirina, que são uma molécula que em sua composição encontra-se Ferro. Quando em contato com o ambiente externo, estas substâncias reagem com o oxigênio e bactérias presentes no pelo do animal, resultando no escurecimento da área.

Segundo Valduga (2012), a mancha lacrimal está diretamente relacionada com defeitos patológicos do sistema nasolacrimal do animal, sendo que estes defeitos podem ser classificados como congênitos ou adquiridos. Um exemplo de defeito congênito é abordado por Stehling (2009), o qual evidenciou que raças braquicefálicas e exoftálicas apresentam muitas alterações anatômicas e acabam por desenvolver processos obstrutivos do ducto de drenagem nasolacrimal. Além disso, a dificuldade de absorção delas pode estar associada à outras causas, como:

  • Produção excessiva de lágrimas;
  • Mal posicionamento das pálpebras;
  • Posicionamento dos cílios;
  • Produção excessiva de lágrimas;
  • Irritação nos olhos por acúmulo de pelos na região;
  • Particularidades do metabolismo do animal;
  • Água fornecida ao animal.

Ela ocorre quando o excesso de lágrimas não é absorvido pelo canal lacrimal. As lágrimas vazam e acabam por acumular nos olhos do cão, escorrendo e ocasionando as manchas. É importante destacar que animais de pelagem escura também podem apresentar estas manchas, porém não é tão visível quanto em animais de pelagem mais clara.

Leia também: Alimentação e tipos de rações para cães

Como citado anteriormente, animais de focinho achatado e olhos proeminentes têm maior predisposição à formação da lágrima ácida, sendo desta forma comum encontrarmos esta condição em animais das raças Poodle, Shih-Tzu, Buldogue, Pug, Lhasas Apso e Pequineses.

Atualmente há um grande debate a cerca da influência da nutrição nesta condição, pois em estudo realizado por Guissoni e Barros (2003), evidenciou-se que o problema está associado à alimentação do animal, em contraponto, Sebold et al. (2019) afirma que a cromodacriorreia não depende do tipo de alimentação fornecida, demonstrando apenas que houve uma tendência maior de acidificação lacrimal dos animais com lágrima ácida naqueles que receberam dieta mista (ração associada com comida humana).

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Embora a ocorrência da lágrima ácida não ofereça risco à saúde e bem-estar do seu cão, é importante que em caso do aparecimento desta condição o animal seja conduzido ao veterinário para a definição das causas e possíveis tratamentos.

Referências:

Stehling, A.C. Obstrução do Canal Nasolacrimal em Cão (Canis familiaris). Monografia (Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais) Universidade Castelo Branco. 45p. Rio de Janeiro, 2009.

Sebold et al. Cromodacriorreia em cães da raça poodle: aspectos semiológicos e lacrimais. Scientific Electronic Archives Issue, 12 (2): 83-87, 2019.

Valduga, M. I. R. Manifestações oftálmicas de doenças do sistema estomatognático em cães. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) 86p. Curitiba: UFPR, 2012.

Gussoni, F.R.A.; Barros, P.S. De M. B. Epífora no cão: mensuração do pH da lágrima. Brazillian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 40(2):87-94, 2003.

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