A despesca se refere a etapa do cultivo em que são retirados da água os camarões que já obtiveram peso e tamanho de comercialização ou quando se deseja transferir esses animais de tanques. É uma etapa, assim como as outras, que necessita de planejamento para que se obtenha máximo aproveitamento e qualidade.
Leia também: Carcinicultura: criação de camarões
Esse processo deve ser feito à noite ou em horários em que a temperatura esteja mais amena, evitando estresse aos camarões. Além disso, a despesca é realizada quando os animais atingem em média 12g, entre 90 a 120 dias de cultivo, porém há mercado para camarões com peso inferior. É necessário também que seja feito um “check up” antes de iniciar o processo, para certificar o peso médio da população de camarões e identificar eventuais problemas como manchas escuras, aparência da cauda e carapaça.
Acesse também nosso LinkedIn e nos siga: Zootecnia Brasil
Outro manejo importante é não alimentar os camarões entre 1 e 2 dias antes da despesca, pois o estômago cheio acelera o processo de degradação favorecendo o aparecimento de manchas escuras nos camarões (característica indesejável para o comércio). Antes da despesca a comporta de drenagem da água é aberta, fazendo com que o volume de água seja diminuído gradativamente facilitando o processo (MELO, 2018) até que atinja em média 50% e, no momento da despesca, são colocadas redes funis por fora da comporta onde são capturados os camarões.
Então, após a captura, é feita a separação dos camarões e outros organismos indesejáveis que vieram junto no processo, onde por fim são comportados em caixas adequadas com gelo (de 2 kg a 3 kg de gelo para cada 1 kg de camarão, em média) para resfriamento. Produtos como o metabissulfito de sódio podem ser utilizados para evitar o rápido escurecimento (melanose), auxiliando também na conservação da carne dos camarões até a chegada ao frigorífico, porém, para o uso deste produto deve-se atender as exigências da utilização do mesmo, seguindo a legislação vigente e manuseio com equipamento de proteção individual (EPI).
Por fim, durante o transporte é necessário que o caminhão contenha gelo suficiente para manter a temperatura inferior a 2°C e o responsável técnico da fazenda emita o guia de transporte animal ao órgão competente do estado para que então seja levado para o beneficiamento.
Referências:
CULTIVO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei EM SISTEMA INTENSIVO E SEMI-INTENSIVO NA FAZENDA AQUARIUM AQUICULTURA DO BRASIL LTDA. (José Marcelo da Costa Melo)
SENAR