Imunocastração – uma alternativa na bovinocultura

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Na bovinocultura de corte, o interesse é que os animais cresçam saudáveis e pesados, obtendo uma boa carcaça para o momento do abate. O sexo do animal é um dos fatores pode influenciar no desempenho e na qualidade da carne, sendo determinante para o crescimento muscular e quantidade de gordura na carcaça. Se tratando de bovinos machos, a castração é o elemento que afeta as características quantitativas e qualitativas da carcaça, pois, animais não castrados são ineficientes na deposição de gordura de cobertura, visto que, a gordura é o último dos tecidos a se desenvolver e isto ocorre apenas quando o crescimento e desenvolvimento muscular torna-se lento.

Além disso, alguns comportamentos dos animais também podem influenciar negativamente a qualidade da carcaça, como a disputa pela dominância e a ocorrência de sodomia, que é definido como um distúrbio comportamental caracterizado pela monta entre animais do mesmo sexo, sendo o animal submisso montado repetidamente pelos maiores e mais fortes, com risco de lesões graves e até mesmo morte.

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A castração é uma alternativa comprovadamente eficiente utilizada na bovinocultura com o intuito de evitar comportamentos indesejados e queda no desempenho. A esterilização consiste na inviabilização dos órgãos reprodutores visando tornar os animais mais dóceis para o trabalho, melhorar a qualidade da carne e facilitar a engorda dos animais destinados ao abate. A técnica mais comumente utilizada na castração de bovinos é a cirúrgica, que possui desvantagens como o estresse dos animais, longo período de recuperação e maior ocorrência de infecções. O método cirúrgico mais comum é a orquiepididectomia bilateral, que consiste na retirada dos testículos e epidídimos.

Estudos demonstram que a castração cirúrgica pode apresentar riscos para a saúde dos animais, visto que são observadas possíveis complicações como: miíase, edemas, hemorragia, retenção de coágulos e granulomas, além de causar dor e estresse, assim, é possível concluir que o método pode interferir no bem-estar animal, se não for realizado da maneira correta.

Um método alternativo eficaz na inibição do desenvolvimento sexual e na diminuição de comportamentos agressivos é a imunização contra o fator de liberação de gonadotrofinas (GnRH), que diminui a produção de esteroides testiculares. Sabe-se que o responsável pelo ciclo de produção dos hormônios sexuais é o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal que se inicia no hipotálamo, onde ocorre a secreção de GnRH, que estimula a hipófise a liberar os hormônios luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH), que por sua vez, estimulam as gônadas a produzir testosterona (machos), progesterona e estradiol (fêmeas). A vacina de imunocastração inibe a secreção de GnRH do hipotálamo e consequentemente, impede todo o eixo de produção dos hormônios sexuais.

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Estudos realizados mostram que em relação ao peso corporal, os animais não castrados apresentam maior média de peso, devido ao maior ganho médio diário (kg/dia) quando comparado ao ganho de animais imunocastrados Uma explicação para isto, é que bovinos não castrados ganham peso mais rápido por converterem o alimento consumido em carne magra com maior eficiência e por apresentarem uma boa relação músculo:osso, com menores proporções de gordura quando comparados às carcaças de bovinos castrados. Além disso, as diferenças no desempenho de animais não castrados e castrados são mais acentuadas, a favor dos não castrados, devido principalmente à maior ação hormonal proveniente dos hormônios androgênicos, dentre os quais a testosterona, que é produzida nos testículos, pois, esta exerce efeito anabolizante, aumentando a síntese de proteína muscular, que irão formar elementos estruturais, como as fibras musculares, diferenciar e desenvolver as fibras de acordo com o tipo de músculo.

A imunocastração é uma alternativa eficiente para evitar o uso de uma castração cirúrgica e garantir o bem-estar animal. Contudo, o pecuarista precisa estar consciente que há uma queda de desempenho nos animais imunocastrados quando comparados a animais não castrados.

REFERÊNCIA

ANTONIACOMI, G. Influência da imunocastração (BOPRIVA) no desempenho e perímetro escrotal de bovinos terminados em confinamento. Orientadora: Dr. Fabiana Alves de Almeida. 2021. TCC (Graduação) – Bacharel em Zootecnia, Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2021.

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