Aditivos alimentares são substâncias orgânicas ou inorgânicas que fazem parte da alimentação humana e animal (VAN SOEST, 1994). Diferem-se dos suplementos, por serem fornecidos em pequenas quantidades e por terem funções de preservação ou promoção do crescimento. Como por exemplo, a utilização de probióticos e ionofóros para ruminantes.
Probióticos
O termo probiótico surgiu para descrever substâncias produzidas por organismos que estimulavam outro (NEWBOLD, 1996). Este mesmo autor foi o pioneiro a descrever que se tratava de substâncias que possuiam efeito indireto e benéfico no hospedeiro, por atuar na microbiota do trato digestório. Portanto, a definição mais aceita atualmente descreve como: um suplemento alimentar à base de micro-organismos vivos que beneficiem o animal hospedeiro, por meio da melhoria do balanço microbiano intestinal.
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Ou seja, essa substância possui a ação de proteger a microbiota ruminal ou intestinal. Na qual, pode ser obtida em estudos que comparada a susceptibilidade entre animais com a microbiota normal e outros criados sob condições especiais, de modo que não apresentem microbiota no trato digestório. Por exemplo, uso em bezerros leiteiros a nível de saúde intestinal, fase de desmama, adaptação dos animais no início do confinamento, além de troca abrupta de dietas.
Atualmente, o uso de probióticos vem sendo considerado como uma alternativa ao uso de promotores de crescimento, por exempo, antibióticos ionóforos e outros moduladores de metabolismo, como por exemplo, a somatotropina bovina, especialmente em sistemas intensivos de produção de leite e de carne.
Entretanto, os resultados de estudos utilizando esse tipo de aditivo alimentar ainda é inconsistente. Mas, em alguns deles foi satisfatório. Na grande maioria da literatura encontrada, pode-se constatar que com a adição de leveduras à dieta, há um aumento no número de bácterias, especialmente as celulolíticas, e redução na concentração residual de oxigênio do contéudo ruminal.
E isso foi confirmado em ambos os estudos feitos por, Beeson e Perry (1952) que observaram incremento de 6% no ganho de peso vivo diário de novilhos alimentados com 8 g/dia. Além de, Newbold (1996) que constatou aumento de 9,5% do peso vivo de bezerros, 7,8% o ganho de peso de novilhos e 3,9% na produção de vacas em lactação. Ambos com a adição de leveduras à dieta.
Com base nisso, sugere-se que em decorrência do aumento do número de bactérias, as leveduras possuem ação no aumento do crescimento bacteriano devido a melhoria do ambiente ruminal ou pela produção de co-fatores de crescimento.
Ionóforos
Os ionóforos são compostos classificados como poli-éteres de baixo peso molecular, produzido com base de várias espécies de Streptomyces sp. São responsáveis por alterar a fermentação ruminal, selecionando micro-organismos específicos. O mais conhecido é a monensina sódica.
A monensina forma complexos lipossolúveis com cátions na membrana celular de micro-organismos, facilitando a troca de cátions entre o ambiente intra e extracelular. Dessa maneira, ela altera a flora ruminal por agir principalmente em micro-organismos gram-positivos.
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Ou seja, ao ligar-se à parede celular dessas bactérias, a monensina facilita a troca de Na+ e K+ entre o citoplasma bacteriano e o líquido ruminal, fazendo com que os íons H+ tenham acesso ao citoplasma para manter a eletroneutralidade, levando a redução do pH celular. Como há queda no pH ruminal, a bactéria vai expelir esse excesso de H+ para fora do seu citoplasma consumindo energia. Devido a esse gasto energético, a bactéria para de se multiplicar ou morre. Esse efeito é seletivo. Ou seja, somente nos micro-organismos gram-positivos ocorre esse fato, mas em casos de excesso de monensina, pode levar a inibição de gram-negativos também.
Um dos principais motivos que a monensina é utilizada e é reconhecida, é pelo fato de que ela pode reduzir a metanogênese ruminal por diferenciar íons C e H+ para outros produtos finais, que não o metano (CH4). Cerca de 10 a 12% da energia consumida por ruminantes é perdida na forma de metano.
Com o uso da monensina, esse redirecionamento de C e H+ da síntese de metano, leva à maior produção de propionato no rúmen, aumentando a densidade energética da dieta em 3 a 4% e melhora a contribuição de glicose para o animal. Resultando em uma queda na cetogênese da vacas leiteiras no início da lactação.
Vacas que receberam de 15 a 30 mg de monensina por kg de dieta durante o final da gestação e início da lactação, apresentam maiores concentrações de glicose, menores de ácidos graxos livres e 3-hidroxibutirato no sangue. Levando a redução na incidência de cetose subclínica e clínica.
Referências:
BERCHIELLI, T. T.; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S. G. Nutrição de ruminantes, 2ª Ed. Jaboticabal: FUNEP, 2006. 186 p.
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