Avaliação de escore de condição corporal

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Dentro do período de um ano, em decorrência das estações climáticas, os ovinos passam por diferentes ciclos produtivos e reprodutivos, que consequentemente alteram suas exigências nutricionais, afetando os animais de forma visível em ganhar, perder ou manter peso.

Essa condição afeta o animal diretamente em sua composição corporal o que por consequência pode afetar seu desempenho, portanto, é importante que seja controlada.

O escore da condição corporal (ECC) é um parâmetro subjetivo de avaliação, não depende do tamanho ou do peso do animal e pode mostrar com precisão a condição e os níveis de reservas corporais que o animal apresenta em determinado momento.  

A avaliação do escore de condição corporal é, por recomendação, realizada de 15 em 15 dias, ou melhor, duas vezes ao mês. Passar seus animais no brete, observá-los e avaliá-los é muito importante para o sucesso da sua produção, então, ao aplicar o manejo você também facilita a visualização de possíveis problemas com maior eficiência.

Leia também: Classificação das categorias ovinas

Tendo em vista que nem sempre um animal pesado apresenta boa condição corporal, por exemplo, um animal pode ser pesado, grande e desenvolvido, contudo, pode estar magro e apresentar baixa condição corporal, a metodologia descrita por Russel (1969), consiste em palpar a região lombar do animal e avaliar a deposição de gordura e o desenvolvimento muscular, atribuindo escores (notas) de 1 (muito magro) a 5 (muito gordo).

Para tal, na região lombar, basta posicionar a palma da mão em cima do processo espinhoso, arquear os dedos e tocar (é possível sentir) o processo transverso da vertebra lombar, conforme demostrado na Figura 1.

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Figura 1 – Posicionamento da mão para que se possa sentir a deposição de gordura e musculo e assim possível avaliação do ECC.

Essa “massa” contida entre a palma da sua mão e os dedos é a deposição de gordura e músculo. Quanto maior, maior será o escore (nota) dado.

Escore de condição corporal – ECC 1 (muito magro)

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Processo espinhoso agudo e proeminente;

Processo transverso agudo e seus extremos palpáveis;

O músculo lombar tem pouco volume e não há cobertura de gordura.

Escore de condição corporal – ECC 2 (magro)

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Processo espinhoso agudo e proeminente;

Processo transverso estão suaves e levemente arredondados, sendo possível ultrapassar suas extremidades sob pressão;

Há cobertura muscular e pouca cobertura de gordura.

Escore de condição corporal – ECC 3 (médio)

Processo espinhoso suave e arredondado, podem ser palpados apenas sob pressão;

Processo transverso estão suaves e bem cobertos;

O preenchimento muscular é completo, com alguma cobertura de gordura.

Escore de condição corporal – ECC 4 (gordo)

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Processo espinhoso apenas pode ser detectado sob pressão;

Processo transverso não é palpável;

A cobertura muscular esta completa e recoberta por gordura.

Escore de condição corporal – ECC 5 (obeso)

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Processo espinhoso não é palpável;

Processo transverso não é detectável;

Ao longo da coluna se observa uma depressão;

A cobertura muscular é completa e recoberta por espessa camada de gordura.

Uma maneira de, na prática, utilizar esta avaliação é emprega-la como indicativo para a escolha dos animais a serem descartados, abatidos, formação de grupos ou até mesmo a entrar na estação de monta para a reprodução.

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Descartes – Animais que destoam muito do restante do seu rebanho, muito magro ou muito gordo (podem apresentar distúrbios e problemas reprodutivos). Animais que apresentam dificuldade de recuperar escore (por exemplo em caso de uma seca atingir a propriedade). Animais que sempre apresentam baixo ou alto escore (aqui a anotação da avaliação será sua maior aliada).

Abate – Cordeiros com cobertura de carcaça significativa apresentam escore de 3 para cima. Lembrando que escore 5 significa muita gordura presente na carcaça e a situação pode não ser favorável. Então aqui pode-se planejar um manejo nutricional a atender o mercado.  

Estaçao de monta – Pensando nas matrizes é ideal que para entrar em reprodução, ela atinja em torno de 65-75% do peso vivo adulto ou então escore corporal entre 3 a 4. Lembrando que caso suas matrizes estejam a baixo da faixa recomendada (Escore 1 e 2) existem alternativas para aumentar esse escore e preparar seu rebanho para entrada na estação de monta (falaremos em uma próxima publicação sobre essa alternativa) – e com isso a formação de grupos.

No ponto de vista técnico esta é uma avaliação subjetiva do nível nutricional dos animais, mas é uma técnica muito eficiente, de fácil aplicação (basta treinamento) e mão de obra barata, onde na prática, é sem dúvidas uma técnica que deve ser utilizada em qualquer nível de produção, seja de grande ou pequena escala.

REFERÊNCIA

Russel AJF, Doney JM, Gunn RG. Subjetive assessment of body fat in live sheep. Journal os Agricultural Science, v. 72, p. 451-454, 1969.

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