Considerações durante a implantação de uma capineira

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A produção animal a pasto é negativamente comprometida pela estacionalidade, desse modo uma das estratégias adotadas para evitar a perda de produção pelos animais durante o período seco é a adoção de fornecimento de forragem advinda da capineira.

A capineira é uma área segregada na propriedade que é destinada para o cultivo de gramínea de elevada capacidade de produção, de modo que durante a época da seca será cortada e picada para ser fornecida verde ao cocho pelos animais. 

  • Como formar uma capineira?

Para se instaurar uma capineira na propriedade, primeiramente se deve estimar uma área, cuja a área estimada deve estar relacionada ao número de animais que serão alimentados pela gramínea, do consumo de matéria seca por animal e o número de dias que serão alimentados pelo recurso forrageiro assim como outras áreas de pastagens na fazenda (Pereira et al., 1980). Carvalho et al., (1981) ressaltam que 1 ha de capim elefante é o suficiente para alimentar de 10 a 15 animais.

  • O que deve ser levado em consideração em relação a localização da capineira?

A localização da capineira deve ser próxima onde os animais serão alimentados para facilitar a logística, a topografia deve ser plana ou de meia encosta para evitar erosão visto que o cultivar normalmente utilizado para essa finalidade é uma espécie de crescimento cespitoso, ou seja, a cobertura de solo é menor quando comparada a uma forrageira de crescimento decumbente ou estolonífera. Como é ressaltado por Carvalho et al., (1985), como os cultivares possuem maior exigência em fertilidade, o solo deve ter fertilidade mais alta e não ser sujeito a encharcamentos, pois essa gramínea não tolera excesso de umidade no solo.

  • Após a escolha da localização, o que deve ser feito anterior ao plantio?

É essencial realizar a análise de solo, se necessário a correção com calcário com antecedência ao plantio de aproximadamente de 60 a 90 dias e com umidade ao solo para induzir a reatividade e solubilização do cálcio e magnésio presente no corretivo.

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Levando em consideração uma capineira de capim-elefante, a melhor época para realização do plantio é no início do período chuvoso.

  • Feita a correção, como prosseguir com o plantio? 

O capim-elefante, por possuir principalmente propagação vegetativa, o plantio dos colmos pode ser realizado em covas com sulco de 20 cm de profundidade com espaçamento de 0,8 a 1 m, levando em consideração a idade da planta na qual foi retirado o colmo, visto que colmos de plantas muito velhas ou muito jovens pode não ser favorável (Ruiz et al., 1986).

A adubação é essencial para garantir uma vida útil mais longa da capineira, na qual as adubações para o plantio deve ser calculada em função da análise físico-química do solo, tal como o conhecimento dos nutrientes que serão extraídos do solo na área da capineira, para garantir uma otimização na reposição, que são mais elevados que num sistema de pastejo, visto que é um ambiente mais restrito. No plantio é de extrema importância principalmente nutrientes como o fósforo e em alguns casos o potássio. Sendo o fósforo extremamente importante para o desenvolvimento radicular e o perfilhamento do capim-elefante (Werner et al., 1986).

  • Após estabelecida, como realizar um manejo adequado da capineira?

O objetivo da capineira é obter alto rendimento do volumoso e melhor distribuição durante o ano e satisfatório valor nutritivo, desse modo o manejo adequado da capineira busca alinhar estes pontos (Gomide et al., 1997). Ao haver a produção de massa verde de forragem, pode-se realizar o corte para ofertar a massa vegetal no cocho para os animais, no qual os cortes podem ser realizados manual ou mecanicamente. Sendo o caso do capim-elefante segundo (Mozzer et al., 1993) a melhor altura de corte é a rente ao solo. Pois o corte baixo é responsável pelo crescimento mais vigoroso das plantas e propicia brotações mais vigorosas das gemas basilares e rizomas.

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Posterior ao corte, o material cortado deve ser picado em tamanhos de partículas menores e em seguida o material é fornecido para os animais, sendo suplementados conforme suas exigências. Carvalho et al., (1981) ressalta que o manejo da capineira deve possuir uma atenção especial, visto que o manejo pode ser tradicional ou manejo racional. No manejo tradicional a capineira é cortada uma ou no máximo duas vezes por ano, porém como o número de cortes é inferior a planta vai se desenvolver e acabar passando do ponto de melhor valor nutritivo, ou seja terá um maior teor de fibras e baixo teor de proteína da forragem. Já no manejo racional utiliza a forragem produzida no período das águas por meio de corte ou ensilagem, no qual podem ser efetuados até 3 cortes no período de verão sendo o último antes do final da estação das águas, de forma que o broto vá pegar esta fim da estação e garantir uma boa rebrota e posteriormente boa produção de forragem para ser usada no período seco, na qual mesmo havendo 3 cortes no manejo racional preconiza realizar o corte com a forragem na fase de mais alto valor nutritivo.

Referências bibliográficas

CARVALHO, L.A. Capim-elefante: formação e utilização de uma capineira. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, n.7, v. 78, p.31-37, 1981

CARVALHO, M.M.; CRUZ FILHO, A.B. Estabelecimento de pastagens. Coronel Pacheco: EMBRAPA-CNPGL, 1985. 46 p. (Circular Técnica, 26)

GOMIDE, J.A. Formação de utilização de capineira de capim-elefante. In: SIMPÓSIO SOBRE CAPIM-ELEFANTE, 1997, Coronel Pacheco. Anais… Coronel Pacheco: Embrapa Gado de Leite, 1997. p. 79-112.

MOZZER, O.L. Capim-elefante: curso de pecuária leiteira. 2. ed. Coronel Pacheco: EMBRAPA-CNPGL, 1993. 34 p. (Documentos, 43)

PEREIRA, J.P. Capineira: boa alternativa para suplementação volumosa na época seca. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 71, n.6, p.45-47, 1980.

RUIZ, T.E.; PADOLLA, C.; MONZOTE, M.; AYALA. J.R. Estabelecimiento de pastizales In: SISTACHS, M. Los pastos en Cuba: producción. La Habana: EDICA, 1986. p. 269-344.

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