A maior parte do rebanho bovino brasileiro se encontra na região centro-oeste do país, sendo criado predominantemente a pasto sob o clima tropical dessa região. Nessa região temos duas “estações”, conhecidas popularmente como o período das águas e da seca. No período das águas que normalmente se inicia em meados de outubro/novembro e se estende até março/abril, podendo variar de acordo com a região, temos as pastagens de melhor qualidade durante toda a safra pecuária. Entretanto, durante a seca – período que não compreende o intervalo das águas – a qualidade das pastagens caem drasticamente, podendo até mesmo ficar sem massa forrageira, caso não haja um planejamento correto.
Leia também: Uso de cana com ureia na alimentação de bovinos
Desse modo, o problema da baixa quantidade de proteína da maioria das forrageiras tropicais se agrava quando essas forrageiras se encontram lignificadas, ficando quase que totalmente secas e em estado de palhada como pode ser visto na imagem abaixo.
E a ureia entra para resolver esse problema, ajudando a atender a exigência de nitrogênio (N) dos microrganismos e otimizando a microbiota ruminal, que posteriormente será fonte de proteína verdadeira de alto valor biológico.
Cuidados para o uso:
- O primeiro de tudo é adaptar os animais ao consumo de ureia, fornecendo pequenas quantidades e subir gradatuvamente
- Após a adaptação, fornecer no máximo 40g de ureia a cada 100kg de peso vivo, ou no máximo 2% de inclusão na matéria seca
- Se ofertada em períodos chuvosos, não deixar empoçar água no cocho, e caso por algum motivo desconhecido o cocho fique com água, descarte imediatamente e não deixe os animais acessarem
- Apesar de se usar ureia agrícola para bovinos, lembro vocês que é proibido por lei, e a uréia a ser fornecida deve ser a pecuária
- A mistura deve ser uniforme, pois a mesma não é palatável (sabor ruim) e pode levar ao refugo de cocho
- Deve ter uma fonte de concentrado (milho moído por exemplo) para fornecer energia para que as bactérias possam utilizar o nitrogênio fornecido
- E conter também uma fonte de minerais, principalmente que contenha enxofre (S), para síntese dos aminoácidos sulfurados
- A ureia jamais deve substituir as fontes de proteína verdadeira (F. de soja por exemplo) das dietas, e deve ser uma forma de suplemento
Acesse nosso LinkedIn: Zootecnia Brasil
Vantagens do uso da Ureia
- Economia, reduzindo os custos da suplementação proteica
- Aumenta a síntese de proteína microbiana, fornecendo proteína verdadeira em dietas pobres em proteína
- Se usada de forma correta, reduz o efeito sanfona do rebanho (perda de peso durante a seca)
- Microbiota ruminal otimizada = digestibilidade também otimizada
Dúvidas? Deixe-as nos comentários.
Respostas de 4