Castrar um animal, além de facilitar o manejo, pode alterar a qualidade final da carne e da carcaça. Dessa forma, surgem métodos que viabilizam a castração e que podem proporcionar um melhor conforto ao animal, sendo o processo de imunocastração uma ótima opção.
A imunocastração consiste em inibir a ação dos hormônios sexuais, como a testosterona e a progesterona – estes hormônios interferem nas características finais de carcaça, cor e gordura . Além disso, podem ser usados em ambos os sexos.
Em relação ao processo de castração cirúrgica, a imunocastração proporciona grande bem-estar animal, seja no processo ou após. Além do mais, estes animais imunocastrados não perdem peso e não necessitam de tempo de recuperação, o que facilita o ganho de peso e manejo.
A aplicação é feita em 3 doses, sendo a 1° dose permitida a partir dos 14 meses, com intervalo de 3 meses para 2° dose e, a 3° dose funciona como reforço, podendo ser dada após 5 meses desta. Por ser reversível é aconselhável aplicar estas vacinas em animais confinados e no fim de terminação.
Os animais imunocastrados apresentam um maior acúmulo de gordura e área de olho de lombo, devido à maior ingestão de alimento e menor estresse (Fischer et al. , 2006).
Outros tipos de Castração
Torquês ou Burdizzo– Neste tipo de castração há o esmagamento de veias e artérias, de canais que ligam os órgãos reprodutores. Ou seja, não é um processo invasivo – apesar disso pode ser doloroso ao animal. E conforme feito o procedimento errôneo, há a necessidade de refazer.
Ablação dos Testículos– É realizado um corte na bolsa escrotal e removidos os testículos. Ainda assim, é normalmente feito com o uso de canivete ou faca. Contudo, é indicado que seja realizado no período da seca, pois a proliferação de moscas e parasitas é menor.
Cirúrgica (Orquiepididectomia Bilateral)– Realizado com o uso de anestesia local, os testículos são retirados e necessita de sutura. Logo depois, exige um maior tempo de recuperação, sendo assim, além de gerar um maior desconforto ao animal tem maior risco de perda de peso e morte.
Parcial ou russa– Há remoção do parênquima espermático, sendo assim, considerada menos agressiva.
Química- Consiste na aplicação local de uma solução de Aldeído-Fórmico, associado com Cloreto de Cádmio sob os testículos, os quais sofrem atrofiação. Da mesma forma, esta técnica não é considerada agressiva – no entanto, pode ocasionar dor e edema.
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Medidas ultrassonográficas e subjetiva da carcaça de garrotes Nelore submetidos a diferentes métodos de Castração
Não Castrados | Imunocastrados | Castrados | |
Área de olho de lombo (cm²) | 46,19 + ou – 3,86° | 46,67 + ou – 3,96° | 44,48 + ou – 3,31° |
Espessura gordura subcutânea(mm) | 3,70 + ou – 0,51° | 3,81 + ou – 0,52° | 3,85 + ou – 0,52° |
Acabamento | 2,55 + ou – 0,52° | 2,54 + ou – 0,59 ° | 2,50 + ou – 0,52° |
Conformação | 3,11 + ou – 0,33° | 3,04 + ou – 0,21 ° | 3,10 + ou – 0,32° |
Seja como for, bovinos inteiros apresentam carcaças mais pesadas e de menor acabamento – em contrapartida, os castrados têm maior acabamento e maior quantidade de gordura. Como resultado, a presença dos hormônios são as que auxiliam na formação muscular e na menor formação de gordura.
Enfim, o bem-estar, a raça, a alimentação, o tempo, o peso final e o retorno financeiro são outros fatores que devem ser levados em conta ao castrar ou não um animal, visto que animais inteiros podem produzir em torno de 15 a 20 % a mais de peso quando comparados aos animais castrados.
Referências:
Andrade Moreira, Paulo Sergio, Lourenço, Fábio José, da Costa Lima, Cintia, Ferreira Faria, Felipe, El Farra, Ayman, Baldasso Romero, Natália Desempenho produtivo e características de carcaça de bovinos Nelore ocorre a diferentes métodos de castração. Revista Brasileira de Ciências Agrárias [en linea]. 2015, 10 (4), 570-575 [fecha de Consulta 31 de Julio de 2021]. ISSN: 1981-1160. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=119043229014
EFEITO da imunocastração e da castração cirúrgica no desempenho de animais da raça Nelore de 30-36 meses de idade. 15 47 a Jornada Científica Embrapa Gado de Corte, [S. l.], p. 46-47, 10 jun. 2019.
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