Sistema termorregulador e atributos morfológicos de adaptação

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Bovinos de corte à sombra em sistema ILPF - Portal Embrapa

O sistema termorregulador dos animais é responsável por prevenir grandes variações de temperatura, mantendo assim a temperatura em faixa ideal para funcionamento dos sistemas vitais. Esse sistema, trabalha basicamente no ganho de calor quando em temperaturas baixas, e perda de calor quando em altas temperaturas.

Podemos elencar algumas estratégias gerais para termorregulação.

Calor

Primeiramente, quando o animal se encontrar em uma situação de calor. Nesse ínterim, os animais irão procurar lugares frescos e com sombra. O animal também procurará diminuir as intensas atividades musculares, reduzindo a produção de calor por atividade. Deitar em lugar sombreado onde o solo está com uma temperatura mais baixa, aumentando a superfície de contato e a facilidade de transferência de calor por condução.

Frio

Analogamente, se o contexto for de frio, os animais diminuirão a perda de calor. Existem “n” formas desses animais ganharem calor, pode ser aglomerando com outros animais, no caso de animais gregários, com o incremento calórico do metabolismo nutricional, aumentando o consumo de alimento ou com um aumento na intensidade muscular para produção de calor de atividade.

Mecanismos Fisiológicos

Olhando os dois contextos citados, frio e calor, por um ângulo de respostas fisiológicas para o equilíbrio térmico, podemos observar um aumento de vasodilatação periférica, que visa o aumento da perda de calor do sangue próximo na região da epiderme. O aumento da sudoração, um dos principais mecanismos de perda de calor em animais homeotérmicos. Aumento no consumo de água para manter a sudoração, e caso não haja, o animal pode ser levado a desidratação grave. Em contrapartida, animais que não são bons suadores, caso de vários animais monogástricos (aves e suínos por exemplo), é ativado o mecanismo de taquipneia, que consiste no aumento da frequência respiratória.

Leia também: Conheça a fisiologia do estresse nos animais de produção

Já no caso do frio, as ações são antagônicas as citadas. Ao contrário de vasodilatação, há vasoconstrição, evitando perder calor para o meio. Piloereção, que tem como objetivo manter uma camada de ar isolante, evitando assim perda de calor para o meio. Contrações involuntárias, mantendo assim a produção de calor, e até bradipneia, redução da frequência respiratória.

Esses mecanismos citados são considerados de resposta rápida, além desses, existe alguns outros mais específicos como a termogênese, que é através do aumento do metabolismo para produção de calor, em contrapartida a  redução na produção de ATP.

Temos os de ação lenta.

Mecanismos de ação lenta

No caso dos animais domésticos temos uma maior facilidade para observar tais ações. Quando em períodos de calor, esses animais tendem a realizar a troca de pelos, isso mais especificamente em regiões onde sai de uma estação fria para uma estação quente. Esse mecanismo almeja pelos mais finos, curtos e brilhantes, facilitando a perda de calor, e uma maior reflexão das radiações solares.

Podemos observar, uma pele mais fina, e uma menor camada de gordura subcutânea, visto que a gordura é um ótimo isolante térmico e uma boa fornecedora de energia. Além disso, temos uma diferença nas ações hormonais. No caso do frio, podemos considerar o antagonismo em todos os mecanismos citados.

Atributos morfológicos de adaptação

A origem dos animais, diz muito sobre seus mecanismos fisiológicos de resistência ao frio ou calor. Logo, entendendo essas variáveis é possível ter uma maior noção para seleção de animais, cruzamentos e adaptação a regiões de climas diferentes.

Animais que se originaram em regiões quentes com alta incidência solar, possuem pele escura, devido ao alto teor de melanina que os protege. O inverso para animais de clima frio também é verdadeiro, mas, observa-se pelos de coloração escura, o que tem a ver com a absorção de calor.

Contudo, o mesmo raciocínio vale para o porte do animal. Animais de clima frio tendem a ter portes maiores e compactos, como podemos ver no caso dos equinos Bretão e Percheron. Já em clima quente, observamos animais de menor porte, com membros mais alongados e distantes do solo. Vale ressaltar que existe outras variáveis ligadas a isso, e que o citado aqui não age de forma isolada na seleção e formação de características.

Compreendendo isso, pode-se trabalhar formas e técnicas que possibilitem um maior conforto térmico aos animais de produção, possibilitando sua melhor performance.

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