Flushing na ovinocultura

Faça parte da comunidade Zootecnia Brasil! Inscreva-se!

O Zootecnia Brasil não envia anúncios ou e-mails em excesso.

Junte-se a 1.040 outros assinantes

Pensar em reprodução, ou maior produção, é compreender que cada espécie animal possui uma fisiologia particular, ou seja, um funcionamento corporal específico devido sua espécie.

Alguns fatores podem colaborar para se obter um melhor desempenho reprodutivo dos animais e, o maior influente desses fatores, é a nutrição. Que quando adotada de maneira correta favorece o aumento da taxa de ovulação, de modo a aumentar a probabilidade de a matriz emprenhar, assim como maiores chances de partos gemelares. Tal qual afeta positivamente também aos reprodutores.

Dessa forma, estratégias podem ser utilizadas buscando a melhoria de índices zootécnicos, como por exemplo: precocidade, idade ao primeiro parto (IPP), prolificidade, intervalo entre partos (IEP), peso ao nascer (PN), peso ao desmame (PD), idade ao desmame (ID), produtividade da ovelha em peso total de cordeiro desmamado (PTCD), entre tantos outros.  

Uma dessas estratégias é também conhecida como Flushing, ou seja, uma alternativa nutricional que consiste no aumento da quantidade e/ou qualidade do consumo de matéria seca, e consequentemente energia, fornecida para matrizes e reprodutores antes do início da estação de monta. Em palavras mais fáceis, oferecer uma suplementação como forma de preparo das matrizes e reprodutores para o início da estação de monta e posterior gestação das matrizes.

Muito se discute sobre o período a se introduzir a alternativa (2 a 4 semanas antes e depois da estação), e aqui como técnica digo-lhes que facilita muito trabalhar com números inteiros e estabelecidos, 30 dias antes de iniciar a estação de monta é um bom momento para aderir ao manejo. Assim como manter até 30 dias após a concepção (parto).

No entanto, é bastante importante compreender que a utilização do Flushing deve ser bem empregada, pois tanto a subnutrição quanto a supernutrição contribuem para as perdas reprodutivas. Caso não conheça a avaliação de escore corporal (ECC), este é um bom momento para clicar neste link e se inteirar sobre o assunto.

A técnica deve ser utilizada preconizando fêmeas com ECC entre 1 e 2, objetivando elevar este nível até o ECC 3 para então submeter a matriz ao inicio da estação de monta. Logo já se observa que devido a implantação deste sistema você será capaz de separar lotes em sua propriedade.

Lote 1 – Animais com ECC 1 e 2 – Vão receber a suplementação (Flushing)

Lote 2 – Animais com ECC 3 – Iniciar a estação de monta

Lote 3 – Animais com ECC 4 e 5 – Avaliar. São animais com propensão a obesidade e com grande chance de problemas reprodutivos. Talvez formar um lote de descarte (abate) seria uma opção.      

Para a execução do flushing é necessário que a dieta esteja balanceada por um profissional, atendendo os requerimentos nutricionais da categoria animal alvo. Em média, pode-se incrementar a dieta com uma RAÇÃO BALANCEADA na medida de 200 a 250g/ovelha/dia. Ou ainda utilizar aquela formação de lotes e direcionar os animais com maior carência alimentar em pastos de melhor qualidade nutricional. O importante é melhorar significativamente a dieta das ovelhas que irão para monta.

Mas lembra que ali no inicio do texto falamos sobre como é bom conhecer a fisiologia do animal? Pois bem, acompanhe só essa sugestão COMMITIVA.

A tosquia tem por finalidade a retirada da fibra produzida pelos ovinos e que naturalmente não conseguiriam eliminar. Essa cobertura, quando em excesso, causa desconforto ao animal pelo fato de dificultar a dissipação de calor, principalmente em dias de alta umidade – quando a evapotranspiração se torna ineficiente.

Provavelmente se você está buscando realizar uma estação de monta, está pensando em quando esses cordeiros estarão prontos para comercialização, logo, percebeu que sua estação de monta deve iniciar exatamente neste período de maior calor e umidade.

A tosquia pode ser utilizada como um Flushing natural, essa possibilidade acontece, pois, ao realizar a retirada da lã acontece um estimulo no consumo de matéria seca (MS) o que contribui para o maior aporte nutricional dos animais, o que, como já mencionado, favorece o aumento da ovulação, interferindo positivamente na reprodução.

Além de servir como preventivo para evitar miíase (bicheira) na vulva das ovelhas pós-parto (Figura 1). É muito comum ficar resto de placenta aderido a lã perto da região (Figura 2). Com a retirada antes da estação esse problema também seria resolvido.

Arquivo Pessoal Figura 1 – Vulva de uma ovelha ocometida por vareja já com ovoposição, devido a má higiene pós parto. Alta propabilidade de miíase (bicheira).
Arquivo Pessoal
Figura 2 – Restos de placenta aderiado a lã em ovelha sem tosquia o que apresenta alta propabilidade de miíase (bicheira).

A recomendação para essa tosquia é de 15 dias antes do inicio da estação de monta. Mas lembre que não é porque realizou a tosquia que as suas matrizes não precisarão de suplementação. É sempre importante acompanhar o escore de condição corporal (ECC) delas para então realizar a tomada de decisão.

Ovelhas em período gestacional e em lactação necessitam condição alimentar correta, caso contrário o efeito será sentido no desempenho dela através de seu cordeiro/a.       

Uma resposta

Deixe uma resposta

Compartilhar

Share on facebook
Facebook
Share on linkedin
LinkedIn
Share on telegram
Telegram
Share on whatsapp
WhatsApp

TAMBÉM QUER SEU ANÚNCIO AQUI? ENTRE EM CONTATO

Translate »