A tilápia-do-Nilo é uma das 70 espécies de tilápias espalhadas pelo mundo, pertencente ao filo Chordata, família Cichlidae, gênero e espécie Oreochromis nilóticos. Alguns comportamentos marcantes da família Cichlidae e da tilápia é sua agressividade, hierarquia, poligamia e a coloração diferenciada em machos. Os machos de tilápia dominantes possuem coloração de tons vermelho e rosa.
Além da coloração, o macho também possui crescimento diferenciado das fêmeas, os machos de tilápia tendem a serem maiores e seu crescimento é rápido. Outros pontos interessantes da espécie são as construções de ninhos, o modo em que se reproduzem e cuidado com sua prole.
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O macho é o responsável por construir os ninhos, cada macho pode construir de oito a dez ninhos, que possuem de trinta a quarenta centímetros de largura e profundidade, sendo esses sempre dispostos em lugares rasos de rios e viveiros. Este comportamento de construção acontece, pois, a fêmea escolhe o macho para se reproduzir pelo ninho.
Após a escolha do ninho se dá início ao acasalamento. A fertilização dos ovos ocorre de forma externa. Primeiramente acontece a liberação dos ovos da fêmea e após a liberação de esperma do macho no ninho. Depois da fecundação a fêmea captura estes ovos e faz a incubação deles na boca.
O período de incubação leva de cinco a sete dias, quando os ovos eclodem e as larvas nascem o cuidado parental da fêmea continua por um período de sete a dez dias. Durante esta fase as fêmeas não se alimentam, com isso elas perdem peso e seu crescimento diminui.
O processo de diferenciação sexual dos ciclídeos principalmente a tilápia é algo especifico, isso porque as gônadas se formam de dez a quinze dias após a eclosão dos ovos. E por este motivo o fenótipo da tilápia pode ser alterado com a utilização de hormônios ou temperatura.
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A população monosexo formada por machos é de suma importância para a produção comercial de tilápias, pois o macho possui características interessantes para o mercado, além disso diminui o risco da tilápia se tornar espécie invasora.
História
A tilápia-do-Nilo é oriunda do continente africano, nativa principalmente do rio Nilo e do lago Vitória. Segundo alguns registros históricos o cultivo da tilápia se iniciou 4 000 a.C., pelos egípcios. Os egípcios tinham grande adoração pela tilápia, sendo ela citada no livro dos mortos, e além disso possuía um hieróglifo próprio.
No mundo o cultivo da tilápia somente ocorreu em 1960 com a introdução da espécie no Japão, Tailândia e Filipinas. Na década de 70 a produção se espalhou para países como: Estados Unidos, Brasil e China. Porém, a criação da tilápia não era considerada comercial, pois não se conseguia ter controle reprodutivo da tilápia. Com isso, havia animais de tamanho diferentes e nanismo, o que levou a baixa porcentagem de peixes de tamanho comercial desmotivando a sua produção.
O desenvolvimento de técnicas como a masculinização representou um grande avanço na área, pois populações monossexuais possuem tamanhos uniformes e comercializáveis. Além disso, as pesquisas sobre sistemas de produção e nutrição melhoraram a expansão da produção, tornando assim a tilápia uma proteína animal comercializável.
Na década de 80 a tilápia se estabeleceu no mercado, sendo hoje o segundo peixe mais produzido do mundo, ficando atrás somente da carpa. Os maiores produtores de tilápia do mundo hoje são: China, Indonésia, Egito e Brasil.
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