A pecuária bovina de corte orgânica é uma atividade que tem por objetivo uma produção que preserve o equilíbrio ecológico. Ela se insere nos princípios de agroecossistemas sustentáveis que são focados nas questões ambientais e sociais. Ou seja, produzir de forma que não polua, não destrua o meio ambiente e que respeite o sistema como um todo, garantindo o bem-estar dos elementos envolvidos: animal, vegetal, homem e recursos naturais seguindo as normas determinadas por instituições certificadoras e reduzindo ao mínimo possível o uso dos insumos artificiais.
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No Brasil, é uma atividade relativamente “nova”, visto que o primeiro rebanho foi certificado no ano de 1999 no estado do Mato Grosso do Sul.
E na prática, como funciona?
Há um rastreamento do gado desde o período do nascimento até o abate. Os registros de peso, alimentação, tratamento sanitário e outras informações relevantes são realizados em fichas individuais, nos permitindo um acompanhamento particular de cada animal.
A escolha da raça é de suma importância, pois devemos escolher uma que vá se adaptar à região e ser mais resistente.
- Alimentação
A pastagem é a base alimentar desse sistema de produção, no entanto, sabemos que alguns fatores podem comprometer o crescimento contínuo da forragem, tornando-a limitada. Para isso, é necessário que haja uma suplementação.
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Quanto a suplementação, é feita exclusivamente com alimentos de origem vegetal. Segundo CARRIJO, M. C., e ROCHA, H. J. (2002), alguns exemplos de alimentação permitida seriam:
- Rações contendo: silagem, feno, palhas, tubérculos, restos de culturas e raízes;
- Cereais e derivados;
- Leguminosas;
- Restos industriais, estando livres de resíduos tóxicos;
- Melaço;
- Vitaminas de origem natural e mistura mineral.
NÃO é permitido:
- Alimentos contaminados com agrotóxicos, resíduos de solventes;
- Rações desenvolvidas a partir de resíduos animais. Ex.: cama de frango, farinha de carne, etc;
- Rações com antibióticos, conservantes/corantes artificiais.
- O uso de ureia também é proibido.
- Reprodução
- A Inseminação Artificial (IA) é permitida;
- Transferência de Embrião (TE) e Fertilização In Vitro (FIV) e uso de hormônios para indução de cio são proibidas;
- Sanidade
- Tratamento sanitário é feito com produtos fitoterápicos e homeopáticos;
- Vacinas obrigatórias são mantidas.
- Bem-estar
- Instalações planejadas para evitar o estresse dos animais;
- Necessário boas condições de sombreamento, proteção contra frio.
Referências:
CARRIJO, Maria CGR; ROCHA, Heliton J. Carne Orgânica:“Novos rumos para a pecuária de corte”. In: Conferencia Virtual Global sobre produção orgânica de bovinos de corte. 2002.
SOARES, JPG; NEVES, D. L.; CARVALHO, JMDE. Produção de carne bovina em sistema orgânico. MAAF (Org. Oliveira, RL; BARBOSA (Ed.); Bovinocultura de corte: desafios e tecnologias. 2a ed., p. 701–725, Salvador: EDUFBA, 2014.
WWF-Brasil. Pecuária Orgânica. https://www.wwf.org.br/
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