O feno é resultado da ceifa e da desidratação parcial de determinada planta forrageira com redução de 65-85% de umidade para 10-20%.
A fenação é o conjunto de operações, como o corte, revolvimento, enleiramento, enfardamento e armazenamento para a produção do feno. Pesquisas demonstram que o momento da colheita é mais importante que a forrageira em si.
No Brasil, o uso de feno ainda é limitado (exceto para equinos e ruminantes de alta linhagem), devido a falta de conhecimento sobre a técnica, ocorrência de chuvas na estação de crescimento, condições topográficas, custo elevado e a necessidade de máquinas apropriadas.
O preparo do solo, fertilização e semeadura/plantio se baseia no momento da colheita. É no estágio vegetativo que ocorrem mudanças morfológicas (relação folha/colmo) e variação na composição química.
A produção se inicia com a escolha da planta forrageira mais adequada, costumeiramente gramíneas com alta relação lâmina/colmo. Coast cross, estrela africana, tifton, braquiária, fordura e pangola, são bons exemplos. No caso das leguminosas, é preferível serem de porte rasteiro e hastes finas como soja perene, centrosema, siratro, galactia e alfafa.
Etapas da fenação:
1. Ceifa da planta forrageira:
É preciso determinar o momento ideal de colheita, de acordo com a previsão do tempo recomenda-se iniciar entre 9-10h da manhã, horário que não há mais o orvalho sobre as plantas. O corte é feito com roçadeira – em pequenas áreas – ou segadora/ceifadora.
2. Secagem e desidratação:
Para que aconteça uma desidratação mais rápida e uniforme, necessita-se revolver a forragem, de modo que todas as partes cortadas sejam expostas ao sol. Se a fenação durar mais que um dia ou chover durante esse processo, o indicado é enleirar à tarde e espalhar no dia seguinte ou até que o espaço entre as linhas estejam secos.
Para determinar a umidade residual (15-18%), o ideal é colocar numa estufa ou forno, mas há formas mais práticas como torcer o feixe de plantas, se não eliminar umidade e ao solta-lo a forragem voltar lentamente para posição inicial sem rompimento de colmos, já está em ponto de feno.
3. Enfardamento:
Pode ser feito de forma totalmente mecanizada ou manual. É recomendado por possibilitar um melhor acondicionamento desse feno, controlar melhor o estoque e facilitar no transporte. Porém, é mais oneroso.
4. Armazenamento:
O mais comum é serem armazenados em locais fechados e longe de umidade, porém existem outras métodos de armazenamento:
- Fardos cilíndricos: são indicados para grandes produções e em regiões com baixa possibilidade de chuva, pois a forragem permanece no campo, exposta as mudanças climáticas.
- Medas: os fenos são organizados no campo e em montes, não necessitando de um grande investimento financeiro com maquinário, abrigo ou transporte, além de facilitar o acesso para os animais. Porém pode ocorrer perdas significativas por lixiviação e fermentação – que reduz o valor nutritivo – e desperdícios por parte dos animais no momento da alimentação.
Como saber a qualidade do feno depois de pronto?
Deve-se avaliar diversos aspectos como coloração – o feno deve estar com uma coloração esverdeada, odor agradável, elevada relação lâmina/colmo, maciez, ausência de mofos, impurezas e elementos tóxicos, a aceitação por parte dos animais, além de boa digestibilidade e valor nutritivo.
Importante: nunca esquecer de retirar as amarras, pois no caso do sisal, é tóxico ao animal e no caso do arame, pode provocar perfuração no aparelho digestivo.
Referências:
Conhecimento adquirido durante as aulas de Forragicultura Geral (2020.1) na Universidade Federal de Sergipe – UFS.
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