Bioflocos são partículas orgânicas que ficam na coluna de água onde há aeração ou movimentação do sistema. Dentro dos tanques os microrganismos se proliferam ao metabolizarem excrementos e excedentes das rações, assimilando o excesso de nitrogênio com fontes de carbono.
Para que ocorra é necessário manter níveis adequados de oxigênio, pH, alcalinidade e a relação Carbono/Nitrogênio – C/N próxima a 20:1, o que pode ser feita adicionando fontes de carbono ou reduzindo o teor de proteína bruta (PB) na ração, fonte de N.
No entanto, as rações de peixes possuem uma média de PB alta, variando de 28% a 36%, o que resulta em uma relação C/N menor que 11:1. Sendo assim, a suplementação de um fonte rica em carbono como, açúcar, melaço, farinha de trigo entre outras, é de grande relevância.
Os flocos são consumidos por peixes e por animais filtradores também. Podem alcançar até 50% de PB, o que lhe torna bastante atraente e interessante para o sistema produtivo, com a possibilidade de redução das taxas de arraçoamento e custos com a alimentação.
Além da redução do volume de ração, também reduz a quantidade de água utilizada, já que o sistema permite reutilizar a água do ciclo anterior, aproveitando o equilíbrio já estabelecido pelos microrganismos. Esse fator traz o benefício pelo fato dessa população competir com possíveis microrganismos patogênicos.
O sistema já é utilizado há bastante tempo na carcinicultura e pode ser utilizado em cultivos de tilápias, tainhas e pacus.
A aeração e movimentação da água nesse sistema é muito importante para manter os níveis de oxigênio dissolvido e impedir que os flocos decantem, não estando assim, disponíveis para os animais.
O sistema tem a desvantagem de investimento alto em equipamentos, e com o gasto de energia. Em compensação, os custos são reduzidos devido ao menor teor de PB nas rações, menor volume de rações e tratamentos contra patógenos.
Referências:
- ROSSI, V. G. A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DE BIOFLOCOS (TBF) NA PISCICULTURA: HISTÓRICO E PRINCIPAIS TÉCNICAS DE MANEJO DO SISTEMA. UFRGS, PORTO ALEGRE, 2014.
- KUBITZA, F. CRIAÇÃO DE TILÁPIAS EM SISTEMA COM BIOFLOCOS SEM RENOVAÇÃO DE ÁGUA. PANORAMA DA AQUICULTURA. VOLI. 21, N°125 MAIO/JUNHO. 2011
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