Você já ouviu falar sobre o efeito estufa e o aquecimento global? Bem, o efeito estufa é um fenômeno natural presente em nosso planeta. Basicamente, parte da radiação solar, na forma de radiação visível, chega à superfície terrestre e é refletida de volta para o espaço na forma de radiação infravermelha. Ao contrário da radiação visível, a radiação infravermelha é absorvida por uma camada de gases presentes na atmosfera terrestre. Esses gases são conhecidos como gases de efeito estufa (GEE) e incluem o metano, o óxido nitroso, o dióxido de carbono, o vapor d’água e o SF6. A radiação retida na atmosfera gera calor, e esse processo é considerado natural. De fato, sem ele, a possibilidade de vida na Terra seria menor, pois a temperatura planetária seria muito baixa.
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No entanto, nas últimas décadas, a quantidade desses gases na atmosfera aumentou substancialmente, principalmente devido à ação humana. Assim, mais radiação está sendo retida, e a temperatura está aumentando de forma abrupta, o que chamamos de aquecimento global. Esse aquecimento global pode trazer consequências que frequentemente vemos na mídia, como a desregulação do clima e, consequentemente, a diminuição da capacidade de produção de alimentos para uma população crescente.
Quem emite gases de efeito estufa?
Basicamente, todos os setores emitem GEE, como transporte, resíduos, mudanças de uso da terra e agropecuária. Cada setor tende a emitir predominantemente um tipo de gás; por exemplo, no setor agropecuário, as emissões são basicamente de metano e óxido nitroso.
Onde estão as emissões da agropecuária?
A emissão de metano pela agropecuária é basicamente oriunda da fermentação entérica dos ruminantes. Já a emissão de óxido nitroso é principalmente proveniente da aplicação de fertilizantes nitrogenados, como a ureia, por exemplo. O óxido nitroso também pode ser proveniente do nitrogênio presente na urina dos animais.
Como mitigar a emissão de GEE pela agropecuária?
A redução da emissão de metano por ruminantes pode ser obtida através de modificações na dieta dos animais, como fornecimento de dietas com menos fibra, ou através da adição de substâncias que inibam o crescimento de microrganismos produtores desse gás no rúmen dos animais. A intensificação da produção de ruminantes também é uma estratégia, pois quanto mais rápido o animal for abatido, menos metano ele emitirá.
O óxido nitroso pode ser reduzido através da diminuição do uso de fertilizantes nitrogenados.
Como as pastagens podem ajudar a diminuir o aquecimento global?
As gramíneas, como qualquer planta, absorvem CO2 (gás de efeito estufa) da atmosfera para usá-lo como matéria-prima junto com a radiação solar para produzir energia por meio da fotossíntese. Assim, as gramíneas, ao crescerem, sequestram o carbono (na forma de CO2) da atmosfera e o depositam em seus tecidos (raízes, caules e folhas). Durante o crescimento natural das gramíneas, parte do material vegetal (que contém C) se transforma em resíduo vegetal e acaba sendo depositado no solo. Além disso, as gramíneas têm um grande crescimento radicular com alta capacidade de depositar carbono nas camadas do solo. Estima-se que uma pastagem BEM MANEJADA consiga estocar cerca de 2,68t de carbono por hectare por ano. Esse sequestro pode ser ainda mais potencializado em sistemas de integração e consorciação.
Ou seja, em resumo, a gramínea retira um GEE da atmosfera e o deposita na forma de C no solo. Esse C no solo constitui parte do que conhecemos como matéria orgânica do solo e pode contribuir com a fertilidade da própria pastagem.
Referências:
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Brasil. PLANO SETORIAL PARA ADAPTAÇÃO À MUDANÇA DO CLIMA E BAIXA EMISSÃO DE CARBONO NA AGROPECUÁRIA COM VISTAS AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2020-2030). MAPA, Brasília, 2021. 28p.
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