Peste Suína Clássica e Peste Suína Africana: Vamos aprender a diferenciar e entender o que os órgãos competentes já fizeram?

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peste suína

Primeiramente, é crucial entendermos o porquê é tão importante saber diferenciar as doenças e estar antenado sobre questões de epidemiologia e defesa sanitária!

Dependendo da situação epidemiológica, os países são classificados como livres da doença, endêmicos ou com áreas específicas afetadas. Essa classificação sanitária é crucial para garantir o comércio seguro de animais e seus derivados entre nações. A Organização Mundial da Saúde Animal (WHO) destaca a Peste Suína Africana (PSA) e a Peste Suína Clássica (PSC) como doenças de grande relevância no contexto do comércio internacional de produtos suínos.

Ambas são enfermidades virais graves que afetam os suínos, resultando em consideráveis prejuízos econômicos. Contudo, é importante ressaltar que essas enfermidades são provocadas por vírus distintos. A Peste Suína Clássica (PSC) é causada por um vírus pertencente à família Flaviviridae, especificamente ao gênero Pestivirus, e possui um genoma de RNA. Por outro lado, a Peste Suína Africana (PSA) é desencadeada por um vírus de DNA pertencente à família Asfarviridae, gênero Asfivirus.

ATENÇÃO! Clinicamente, ambas as doenças apresentam semelhanças, o que torna necessário realizar um diagnóstico laboratorial diferenciado para distingui-las.

Vamos aos sinais clínicos?

Sinais clínicos

PSA

Forma Hiperaguda:

Mortalidade súbita, febre alta (40,5 a 42°C), extremidades cianóticas, evolução rápida, mortalidade pode chegar a 100% dos animais afetados.

Formas Aguda e Subaguda:

Febre (40,5 a 42°C), anorexia, letargia, comportamento de animais amontoados, conjuntivite, vômito, diarreia inicialmente mucoide, evoluindo para diarreia sanguinolenta, extremidades cianóticas, lesões hemorrágicas na pele, dispneia, abortos, paresia de membros posteriores, convulsões.

Morte pode ocorrer de 7 a 10 dias após o início dos sinais clínicos.

Taxas de mortalidade podem variar de 30 a 100%.

Forma Crônica:

Nas formas crônicas da doença, são observados sinais que incluem perda de peso, febre persistente com temperaturas variando entre 40,5 a 42°C, desenvolvimento de necrose ou úlceras na pele, ocorrência de artrite, inflamação do pericárdio (pericardite) e manifestações de sinais clínicos respiratórios. É importante notar que a evolução desses sinais clínicos é gradual e prolongada, podendo se estender ao longo de um período que varia de 2 a 15 meses.

PSC

Forma Aguda:

Os sintomas da doença incluem febre (variando de 40,5 a 42°C), apatia, perda de apetite e comportamento de amontoamento entre os animais. Além disso, são observadas conjuntivite, lesões hemorrágicas na pele e cianose em áreas como orelhas, membros, focinho e cauda.

Outros sintomas incluem paresia dos membros posteriores, incoordenação, sinais clínicos respiratórios e problemas reprodutivos, incluindo abortos em fêmeas suínas afetadas. A doença progride rapidamente, com uma taxa de mortalidade de até 100% em leitões, ocorrendo em um período de 5 a 14 dias após o início dos sinais clínicos.

Forma Crônica:

A forma crônica da doença se caracteriza por ser menos evidente em termos de mortalidade, mas apresenta diversos sintomas, como prostração, apatia e perda irregular de apetite. Diarreia, artrite e lesões na pele também podem ser observadas.

Além disso, o retardo no crescimento, repetição de cio e problemas reprodutivos, incluindo a produção de leitadas pequenas e fracas, são comuns nessa forma da doença. Os animais afetados podem aparentemente se recuperar, mas frequentemente sofrem uma recaída que pode levar à morte.,

ATENÇÃO! Ainda temos a forma congênita e a forma em animais adultos!

Forma Congênita:

  • Nascimento de leitões com malformações;
  • Tremor congênito e debilidade;
  • Alguns leitões clinicamente normais, mas persistentemente infectados, agindo como fonte de infecção sem detecção de anticorpos;
  • Taxas de mortalidade ligeiramente acima do normal esperado.

Em animais adultos os sinais são menos graves, os mesmos apresentam maior taxa de sobrevivência em comparação com leitões.

Leia também: Produção e Criação de Suínos Gourmet

Mas por que se tem tanto medo da PSA e PSC?

A PSA, devido à rápida disseminação a vários países nos últimos dez anos, tem sido a principal preocupação da sanidade dos suínos em nível mundial, como não tem tratamento a ação sanitária é sacrifício dos animais, ou seja, isso é sinônimo de perdas econômicas para o país tanto internamente quanto externamente no caso de exportações!

No caso da PSC também não há tratamento disponível. Os suínos afetados devem ser sacrificados e suas carcaças adequadamente eliminadas por enterro ou incineração. Para prevenção, recomenda-se uma comunicação eficaz entre autoridades veterinárias, médicos-veterinários e criadores para detecção precoce e investigação de casos suspeitos. Do mesmo modo é sinônimo de perda econômica para todos os lados envolvidos.

Ações do MAPA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem tomado medidas para proteger a suinocultura brasileira contra a Peste Suína Africana (PSA) e a Peste Suína Clássica (PSC). Essas medidas incluem:

Para a PSA:

  • Evitar a entrada da PSA no país;
  • Mitigar os riscos de exposição dos suínos a agentes infecciosos;
  • Fortalecer a detecção precoce de casos suspeitos;
  • Aprimorar a capacidade de diagnóstico rápido;
  • Melhorar a preparação e resposta a emergências;
  • Buscar minimizar os impactos comerciais das doenças.

Para a PSC:

  • Elaboração do Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS) para coordenar as ações de defesa sanitária animal;
  • Vigilância para síndromes hemorrágicas em suínos, com Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária capacitados para o diagnóstico, incluindo teste laboratorial para PSA como diferencial de PSC;
  • Intensificação da vigilância nas fronteiras internacionais e divisas da zona livre, fiscalização de bagagens e importação de produtos agrícolas e alimentos;
  • Estabelecimento de normas e planos para erradicação da PSC no território nacional;
  • Comunicação imediata de casos suspeitos ao órgão estadual de defesa agropecuária ou ao Departamento de Saúde Animal (DSA/Mapa).

É essencial entender e distinguir essas doenças para proteger a suinocultura brasileira e manter o comércio seguro de produtos suínos internacionalmente.

Referência:

GAVA, D. et al. Peste Suína Clássica e Peste Suína Africana: entendendo as doenças e os riscos para o Brasil. 2019.

Peste suina Africana. https://www.3tres3.com.br/psa/. Aceso em: 06/10/2023

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