Medicago sativa também conhecida como alfafa, é uma leguminosa de importância considerável para a pecuária. A sua utilização é milenar, visto que desde milhares de anos a.C já se era cultivada no oriente médio sendo muito utilizada para alimentação de cavalos.
Dentre suas características morfológicas a alfafa é uma planta perene, de crescimento ereto e herbáceo e o seu sistema radicular é profundo, sendo muito importante para mantença no ecossistema de pastagens, além de auxiliar na estrutura do solo. A alfafa possui além dessas características, outras que facilita seu reconhecimento em campo, sendo suas folhas com folíolos oblongos, isto é, folíolos alongados. A inflorescência da Medicago sativa é do tipo racemos e as flores possuem coloração diversas, podendo ser lilás, azul, violácea e branca, sendo a coloração branca rara.
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Para o estabelecimento da alfafa é necessário levar alguns pontos em consideração, a forrageira é considerada de alto nível tecnológico, isto é, apresenta bom valor nutritivo, mas possui altas exigências para seu cultivo, na qual para sua implantação é indispensável a correção do solo, boa concentração de nutrientes e um solo bem estruturado e drenados. Desse modo seu cultivo apresenta melhores resultados em solos de alta fertilidade, argilosos, não compactados e bem drenados. A taxa de semeadura recomendada pela literatura é de 10 a 20kg/ha de sementes sendo essas inoculadas com rizóbio especifico, por se tratar de uma leguminosa de alta exigência.
A adubação de plantio e manutenção para alfafa é indispensável para seu desenvolvimento, sendo necessário para cada 20 toneladas de matéria seca 400 kg de N, 133 kg de P205 e 678 kg de K20 (Werner et al., 1996). Sendo o nitrogênio é adquiro exclusivamente através da simbiose da leguminosa com a bactéria Sinorhizobium melilotti, sendo assim não é necessário a adubação com fertilizantes nitrogenados. Enquanto que os demais nutrientes devem ser fornecidos caso o solo não possua uma fertilidade construída. Sendo o fósforo principalmente, pois é muito importante para adubação de plantio e o estabelecimento da forrageira e nos solos brasileiros, esse nutriente é encontrado em baixos níveis disponíveis para as plantas. Para a produção da alfafa é necessário também dar uma atenção considerável a adubação potássica, podendo ser parcelada durante o plantio e em cobertura, visto que é um nutriente muito extraído do solo, assim como lixiviado por ser muito móvel e sua aplicação em altas doses pode ser prejudicial a semente ou muda. O potássio é fundamental para o processo fotossintético, logo a sua deficiência resulta em maior perda de carbono por respiração do que afixação devido a menor atividade da fotossíntese, afetando assim a disponibilidade de carboidratos para as plantas, tal como a fixação biológica do nitrogênio (Lanyon et al., 1988).
Os micronutrientes tais como os macronutrientes são fundamentais para o desenvolvimento da alfafa, visto que são essenciais pois vão atuar na atividade enzimática, metabolismo fotossintético, crescimento, reprodução e há micronutriente como o molibdênio que é fundamental para a fixação biológica de nitrogênio. Recomenda-se a adubação foliar a cada três ciclos de corte ou pastejo caso a forrageira não atenda a produtividade esperada. Assim como a alfafa por ser uma leguminosa a mesma tem alta resposta a presença de água, visto que durante a seca tende a perder suas folhas e consequentemente reduz o valor nutritivo, desse modo a irrigação é uma estratégia indispensável para se ter uma boa produtividade e qualidade da forrageira quando há déficit hídrico.
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A utilização da alfafa é diversa, visto que é uma planta de alto potencial forrageiro, podendo ser para alimentação de diversas espécies de animais como bovinos, caprinos, ovinos e equinos e há diferente sforças de utilização, como em pastejo, principalmente em pastejo rotacionado, forragem conservada, isto é, silagem e feno, verde picada e ofertada no cocho ou por pellets. Essa grande variedade na utilização da alfafa se da ao fato de a forrageira ter alta aceitabilidade pelos animais, visto que mesmo de diferentes formas a ser ofertada aos animais o alimento terá boa aceitação. Além disso a alfafa é uma planta que pode ser recomendada para regiões do sul do Brasil, visto que é leguminosa de boa tolerância a geadas, sendo assim perene mesmo em condições de adversidade para outras forrageiras.
Referências
LANYON, L; E;. GRIFFITH, W. K. Nutrition and fertilizer use. In: HANSON, A. A.; BARNES, D. K.; HILL JUNIOR, R. R. (Ed.). Alfalfa and alfalfa improvement. Madison: Agronomy American Society, 1988. p. 333-372.
WERNER, J. C.; PAULINO, V.T.; CANTARELLA, H.; ANDRADE, N.O.; QUAGGIO, J. A. Forrageiras. In: VAN RAIJ, B.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. (Ed.). Recomendação de adubação e calagem para o estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 1996. p. 245-258. (Boletim, 100).