“Vaca empazinada”, “Vaca estufada” ou “Vaca Cheia”? – Conheça o timpanismo!

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timpanismo
Foto ilustrativa como seria a apresentação clínica de timpanismo

O que é?

O timpanismo ruminal é uma doença comum em ruminantes e indica uma distensão anormal do rúmen e retículo, ocorre principalmente pelo acúmulo excessivo de gases provenientes da fermentação ruminal.

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Quem acomete?

O timpanismo pode ocorrer em bovinos, ovinos e caprinos. Porém, levando em consideração os resultados econômicos, é maior e mais preponderante em bovinos.

Causas

A doença está associada a fatores que impedem de eliminar o gás produzido no rúmen durante a fermentação de carboidratos. O timpanismo é a causa comum da morte súbita em bovinos (VAN KRUININGE, 1995).

Tipos de timpanismos

O timpanismo pode ser classificado em espumoso ou gasoso.

O espumoso está associado à formação de uma espuma estável no rúmen que dificulta a liberação do gás produzido durante o processo de fermentação ruminal, e sua presença próxima a região da cárdia impede a abertura e o reflexo de eructação. Essa forma de timpanismo geralmente é devido a ingestão de plantas leguminosas, como a alfafa e o trevo, ou então por dietas ricas em grãos que resultam na formação de mucopolissacarídeos de origem bacteriana.

Leia também: Protocolos de adaptação de bovinos – confinamento

Quando os animais pastejam áreas de forragens leguminosas ou quando são oferecidas frescas, pode haver uma susceptibilidade maior em ocorrer timpanismo espumoso. Principalmente porque leguminosas são plantas que, ao serem mastigadas, possuem um processo de quebra maior.

Diante disso, as bactérias ruminais possuem acesso mais rápido ao conteúdo celular, resultando em maior produção de gases. Além disso, leguminosas possuem maior acúmulo de proteínas citoplasmáticas nas folhas, favorecendo a produção de espuma e de líquido ruminal mais viscoso.

A concentração de proteínas citoplasmáticas é maior nas folhas do que nas hastes, conforme a planta vai envelhecendo a relação de folha e haste vai diminuindo, consequentemente, há redução na ocorrência de timpanismo.

Alterações na quantidade e qualidade da saliva produzida podem também influenciar na formação de bolhas e no desenvolvimento do timpanismo. Isto pode ser devido à ação da saliva sobre o pH do conteúdo ruminal, que tem importante papel na estabilidade da espuma, ou devido ao conteúdo de mucoproteínas da mesma.

Animais que produzem menos saliva são mais susceptíveis, pois o bicarbonato salivar funciona neutralizando os ácidos ruminais, e mantém o pH ruminal a níveis que não promovem a formação de uma espuma estável com base na desnaturação das proteínas solúveis. Mucoproteínas presentes na saliva tendem a aumentar a viscosidade do líquido ruminal, enquanto as mucinas salivares têm um efeito oposto. (JONES, 1997).

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O gasoso está relacionado com a alta ingestão de grãos na dieta, principalmente em bovinos de confinamento. Há um aumento na produção de ácidos graxos voláteis que gera uma queda no pH ruminal, em decorrência há um predomínio de microrganismos produtores de ácido lático. Verifica-se o excesso de gás como uma bolsa de gás livre no topo do conteúdo ruminal.

Por isso, muitas vezes o timpanismo gasoso está relacionado com falhas no mecanismo de eructação, podendo ser alguma obstrução física da via esofágica, faríngea, independente necessariamente de efeitos internos no rúmen que afete sua motilidade.

Prevenção e tratamento

O timpanismo é um distúrbio metabólico onde o animal apresenta um aumento na parte abdominal esquerda, pela presença de gás e espuma. O tipo de tratamento a ser feito varia de acordo com o tipo de timpanismo e o grau de severidade do caso.

Muitas vezes os sintomas só são observados em condições avançadas, quando se torna necessário o uso de medidas de emergência para que se consiga salvar o animal. A maneira mais indicada de se prevenir o problema é evitar a adoção de dietas com excesso de grãos e deficiente em fibras, assim como a excessiva moagem dos grãos. O cuidado no uso de feno de leguminosas, também vale a pena ser comentado, para o caso de animais estabulados.

Referências:

BERCHIELLI, T. T.; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S. G. Nutrição de ruminantes, 2ª Ed. Jaboticabal: FUNEP, 2011.616 p.

JONES, THOMAS CARLYLE, Patologia Veterinária, 6ª ed., Editora Manole, p. 1078 – 1079; 1997.

VAN KRUININGEN, H.J. Gastrointestinal system. IN: CARLTON, W.W., McGAVIN, M.D. Thomson’s special veterinary pathology. Mosby: Philadelphia, 2ª Ed.; Cáp. 1; p. 1-80; 1995.

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