Vacinação in ovo: eficiência e automação no processo de vacinação

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vacinação in ovo

Atualmente diversas vacinas são utilizadas nos sistemas produtivos da avicultura industrial. O uso de vacinas tem sido responsável pela redução da mortalidade nesses ambientes produtivos, além de contribuir para um aumento considerável da performance dos animais.

A vacinação correta é um dos pontos que compõem um bom programa de manejo na avicultura, sendo caracterizada como um procedimento preventivo e eficaz quando bem realizado. Ainda que eficaz, um bom programa de imunização não substitui um mau programa de biossegurança e saneamento. Dessa forma, programas de vacinação não podem proteger aves que se encontram em más condições de higiene. A vacinação serve, basicamente, para prevenir e controlar enfermidades na produção de aves. Contudo, outras práticas no ambiente produtivo devem ser aplicadas, de maneira a conferir boas condições sanitárias e biosseguridade à granja.

Como as vacinas funcionam e como são classificadas?

Vacinas são produtos biológicos responsáveis por induzir a resposta imune a diferentes agentes causadores de doenças. De acordo com o tipo de vacina, a mesma pode ser administrada no animal de diferentes formas. Em função do tipo de antígeno da vacina, diferentes porções do organismo da ave podem ser responsáveis pela resposta imune. A resposta imune se dá devido a uma resposta do sistema imunológico, gerando uma resposta de “memória” quando ocorre a criação de anticorpos e células imunológicas.

Leia também: Nutrição in ovos – Você sabe como é?

Algumas vacinas demandam doses de reforço, ou seja, alguns lotes são vacinados diversas vezes para a mesma doença. Essa prática se baseia no princípio de que quanto mais a ave é exposta ao mesmo antígeno, maior será a resposta imunológica e a produção de anticorpos – resultando em uma proteção mais eficiente.

De maneira geral as vacinas podem ser classificadas em três “tipos”: modificadas ou atenuadas, inativas e recombinantes. As vacinas modificadas também são conhecidas como atenuadas, ou ativas, sendo vacinas vivas de cepas de formas mais leves (menos agressivas ao hospedeiro), naturalmente ou geneticamente modificadas, de cepas de agentes presentes no campo.

As vacinas inativas são compostas por vírus ou bactérias inteiros que foram mortos durante o processo de produção, compondo uma espécie de fórmula para o produto final (a vacina). As vacinas recombinantes, por sua vez, também são conhecidas como vacinas vetoriais e são produzidas a partir de vírus ou bactérias vivos. Os vírus ou bactérias, nesse cenário, atuam como vetores que transportam o gene de interesse, e este, por sua vez, codificará o antígeno de um agente infeccioso para o qual se deseja obter a imunidade (o agente causador da doença, nesse caso).

Tabela 1 – Comparação entre os tipos de vacinas vivas, inativas ou recombinantes

VacinaVivasInativasRecombinantes
SeguraSimSimSim
EconômicaSimCaraVaria
Aplicação em massaSimNãoNão
Início rápido da imunizaçãoSimNãoNão
Duração da imunidadeBaixaLongaIntermediária
Combinação de antígenos disponíveisSimSimSim
Interferência materna de anticorposSimBaixaNão
Aplicação in ovoAlgunsNãoSim
Fonte: Guia de Gestão da Vacinação – Cobb Vantress

Vacinação in ovo

Atualmente, mais de 98 e 80% dos pintinhos produzidos nos Estados Unidos e no Brasil, respectivamente, são vacinados in ovo. Devido a importância da vacinação nos sistemas produtivos, a utilização da vacinação in ovo demonstra resultados muito promissores a campo, considerando que permite uma imunização mais precoce dos pintinhos.
A vacinação in ovo apresenta um período determinado para ser realizada, geralmente sendo aplicada quando os ovos são transferidos do incubatório para o nascedouro. Esse período antecede as 48 à 72 horas do nascimento. A vacinação in ovo foi comercializada pela primeira vez no ano de 1992 pela empresa Zoetis (Embrex Inc.), demonstrando ser um método eficiente para imunizar aves em grande escala, otimizando o processo de vacinação.

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Esse tipo de operação automatizada garante 100% de efetividade na vacinação, superando as percentagens alcançadas a campo, já que a aplicação é padronizada. Além disso, alguns equipamentos permitem a vacinação de até 50.000 ovos por hora, proporcionando uma vacinação muito mais uniforme em comparação as usualmente aplicadas coletivamente após o nascimento dos pintinhos.

Além do momento correto da incubação, outros critérios devem ser atendidos na vacinação in ovo. Dentre eles o local de aplicação da vacina, o tempo de aplicação, a mistura vacinal, a higienização das máquinas e demais especificações do incubatório. A vacina para a doença de Marek era comumente aplicada via ovo, contudo atualmente essa tecnologia foi estendida para outras vacinas, inclusive vivas e recombinantes. O desenvolvimento de vacinas virais, bacterianas e para coccidioses também está em desenvolvimento devido aos resultados positivos desse tipo de vacinação na avicultura industrial.

Quanto a dose, a dose de vacina que chega ao embrião deve apresentar as mesmas características qualitativa e quantitativa da vacina que se encontra no bag de vacina preparada. Portanto, o preparo da vacina é de extrema importância para bons resultados de aplicação. No que se refere aos locais de aplicação da vacina no embrião, apenas dois podem ser ditos como ideais e capazes de conferir uma melhor absorção: o líquido amniótico e o músculo direito do peito.

vacinação in ovo
Fonte: embritech.com.br

Tipos de vacinações mais comuns na produção avícola

Além da vacinação in ovo, os tipos mais usuais de vacinações na avicultura industrial são injeção subcutânea ou intramuscular no dia do nascimento e vacinação por spray no incubatório. As injeções são realizadas no dia do nascimento geralmente nas regiões atrás do pescoço (subcutânea) ou na perna (intramuscular). As máquinas utilizadas para esse fim costumam ser calibradas para vacinação na região do pescoço dos pintinhos. Estima-se que um operador experiente possa vacinar cerca de 1600 a 2000 pintinhos por hora. Nesse tipo de vacinação costuma-se misturar corante a vacina para que se possa visualizar quais animais já foram vacinados. Os equipamentos de vacinação devem ser constantemente calibrados e as agulhas substituídas diversas vezes ao dia.

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Máquina de vacinação por injeção dos pintinhos de um dia. Fonte: avimazon.ufam.edu.br

A vacinação em spray ocorre a partir de um gabinete que administra uma quantidade definida de vacina diluída em água para um determinado número de pintinhos. Há controle do tamanho das gotículas do spray e o controle da vacinação pode ser realizado a partir do uso de corantes na vacina ou pela umidade sobre a penugem dos pintinhos. Vacinas para doenças respiratórias e contra a coccidiose são comumente aplicadas via spray. Ainda, algumas vacinas podem ser fornecidas via água disponibilizada em bebedouros. Nesse último método, utiliza-se deixar as aves em restrição de água por uma a duas horas, visando garantir que estejam com sede e prontas para beber água fornecida com vacina. Da mesma forma, antes de administrar vacinas via bebedouros, deve-se mensurar a quantidade média de água ingerida pelos animais para estimar o quanto do líquido se deve misturar à vacina, de maneira a realizar uma diluição eficaz.

Máquina de vacinação em spray. Fonte: sanidadeavicolabr.com.br

Referências:

COBB VANTRESS. Guia de manejo da vacinação. Disponível em: https://www.cobb-vantress.com/assets/Cobb-Files/61e96ab499/Cobb_Vaccination_Guide_Landscape-_PT_digital_301120.pdf. Acesso em: 23 nov. 2021.

FORTUOSO, Bruno. Tecnologia em vacinação in ovo. Embritech, 2020. Disponível em: https://www.embritech.com.br/post/tecnologia-em-vacina%C3%A7%C3%A3o-in-ovo. Acesso em: 23 nov. 2021.

Muniz EC, Diniz GS. Programas de Vacinação. In: Mendes AA, Nääs IA, Macari M. Produção de Frangos de Corte. II edição. Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas 2014; p. 321-344

NETO, Felipe Lino Kroetz. Vacinação in ovo. aviNews, 2021. Disponível em: https://avicultura.info/pt-br/vacinacao-in-ovo/. Acesso em: 23 nov. 2021.

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