A Achatina fulica é um molusco nativo do nordeste da África, no qual foi introduzido no Brasil a partir da década de 80, com a finalidade de ser uma alternativa ao prato francês “Escargot”.
Caracol Africano, Caramujo Gigante Africano, Rainha da África, são algumas denominações pela qual esta espécie é conhecida. Além disso, por serem gastrópodes, pulmonados terrestres e com conchas, a designação correta deve ser “caracol”, ainda assim, para animais com ausências de conchas devem ser chamados de “Lesmas” e de “Caramujos” para os gastrópodes aquáticos em geral.
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Em princípio, estes caracóis foram introduzidos no país com o intuito de ser uma nova fonte de produção e renda, sendo usado principalmente na alimentação, por ser uma opção mais rentável ao escargot comum. No entanto, o sistema produtivo para esta espécie no Brasil não teve o retorno desejado, deste modo, os helicicultores soltaram esta espécie na natureza, o que houve consequências ao ambiente e aos próprios humanos.
- Desequilíbrio ecológico: Por ser uma espécie não nativa, ela não tem predadores e ainda assim compete com espécies nativas
- Destroem plantações, dos quais são conhecidos por “Pragas Agrícolas”
- Podem transmitir doenças aos humanos, como por exemplo, a Meningite Eosinofílica (atinge o sistema nervoso central, antes de se alojar no pulmão) e a Angiostrogilíase Abdominal (pode causar perfuração abdominal e peritonite), ambas causadas por verme.
Então, é importante esclarecer que, a inserção desta espécie de caracol não é autorizada pelos órgãos ambientais IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) ou pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
O Verdadeiro Caracol Brasileiro – Megalobulimus sp
É uma das espécies usadas para o escargot, sendo comumente chamada de Caramujo – da – Boca – Rosada, é uma espécie nativa, que frequentemente é confundida com o caracol africano, sendo assim, é importante saber suas diferenciações, visto que a retirada do Caracol Brasileiro pode acarretar em desequilíbrio e impacto na população malacofauna.
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São capazes de eclodir dois ovos por vez, em contrapartida, o africano é na faixa de 50 a 400 ovos por postura. E outra forma de identificação é através das conchas, a qual a Achatina tem mais giros, é alongada e na extremidade de sua concha é fina e cortante, ao contrário da Megalobulimus que é mais achatada, com abertura espessa e não cortante.
Enfim, há Instruções do IBAMA para o controle desta espécie invasora, sendo em princípio a catação, o esmagamento, cobrir com Cal Virgem e enterrar. Apesar disso, suas conchas devem ser destruídas, pois dependendo de como foi armazenada (ensacados, descartados em lixo comum) podem acumular água e ser assim um local propício para propagação do mosquito Aedes.
Referências:
Especialista comenta os riscos que os caramujos africanos podem representar para a população. 2007.
Combate do Caramujo Africano. 2021.