A maioria das pessoas se enganam quando acreditam que no Brasil predominam pastagens em boas condições, com um pasto bem formado, sem área de solos descobertos ou sem a presença de cupinzeiros. Ao contrário disso, cerca de 80% das áreas estão degradadas ou em estágio de degradação, necessitando de recuperação ou renovação.
Um pasto degradado se caracteriza a partir do processo evolutivo de perda de vigor, produtividade, capacidade de recuperação natural, para sustentar níveis de produção e qualidade, exigida pelos animais. Além da incapacidade de superar efeitos nocivos de pragas e invasoras, culminando com a degradação avançada dos recursos naturais, em razão de manejos inadequados.
Algumas das causas que podem acarretar a degradação, são solos mal preparados para cultivares, sementes de baixa qualidade, uma semeadura em época inadequada, ausência de adubação de manutenção, uso de fogo com a intensão de “limpar” o espaço, taxa de lotação e período de descanso inadequado, ataque de pragas e invasoras, excesso ou escassez de chuvas, baixa fertilidade, drenagem deficiente e muitas outras causas.
Então, como somos considerados o grande produtor mundial, com pastos assim?
Por termos uma grande área cultivável focada na produção, ou seja, poucas áreas estão em bom estado e produzem muito, mas as áreas que não produzem o seu máximo, ainda assim não deixam de produzir, e no final, a junção das pequenas quantidades contribuem para manter a alta produção do país.
Tem relação com a emissão de gases do efeito estufa?
Sim! As pastagens tem ligação direta com a pecuária, pois são a principal fonte de alimento dos bovinos, com isso a pecuária é responsável pela emissão de grandes quantidades de gases do efeito estufa (GEE), especialmente óxido nitroso (N2O), dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4).
Leia também: Minhocas – Bioindicadores
- N2O: Através da urina, da adubação nitrogenada e da calagem.
- CO2: Nas práticas que reduzem a MO (matéria orgânica) do solo, como queimadas, super manejo e revolvimento do solo.
- CH4: Em processos fermentativos do alimento no rúmen, embora a maioria das pessoas acham que a maior quantidade de metano solta pelo gado é através da flatulência (o popularmente conhecido, pum), na realidade é pela eructação (o popularmente conhecido, arroto).
Pastagens bem manejadas apresentam elevado potencial de acúmulo de carbono no solo, capazes de armazenar esse elemento em quantidades superiores à florestas nativas. Possuem um papel importante em mitigar os GEE, embora quando os cálculos sobre pastos mal manejados são realizados, essa informação não é considerada. Ou seja, calculam-se as emissões de GEE para integrar dados negativos, mas não calculam a quantidade de CO2 sequestrados em pastos bem manejados.
Com isso, a fim de reverter a situação dos pastos degradados, a recuperação dos mesmos vem sendo considerada estratégia global para aumentar o sequestro de carbono.
Referências:
Conhecimento adquirido durante as aulas de Forragicultura Geral (2020.1) na Universidade Federal de Sergipe – UFS.
Redes sociais:
Para mais conteúdos como este, siga o Zootecnia Brasil https://www.instagram.com/zootecnia_brazil/ e eu, Daniella Barauna https://www.instagram.com/danibarauna_ no Instagram!