Geralmente, os produtores de leite têm pouca margem de lucro para cada litro de leite produzido – tendo em vista que muitas vezes é difícil identificar seus gargalos de custos e, em seguida, reduzi-los. Assim, o que se busca é aumentar o volume de produção na tentativa de aumentar a lucratividade. Dessa forma, alternativas de manejo tornam isso possível sem grandes investimentos, um dos quais é aumentar a frequência de ordenha.
Segundo Dahl (2005) conforme citado por Marcondes et al., (2019) vacas ordenhadas duas vezes por dia, ao invés de uma, produzem cerca de 25% a mais de leite. Assim, a prática mais comumente utilizada tem sido o aumento da frequência de ordenha de duas vezes para três vezes ao dia.
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Então, vacas que são ordenhadas três vezes ao dia produzem cerca de 15% a mais de leite que as ordenhadas duas vezes ao dia. Contudo, é preciso lembrar que para adotar a terceira ordenha a vaca precisa apresentar potencial genético para produção mais elevado, em torno de 30-35 litros/vaca/dia.
Nesse sentido, com o aumento da frequência de ordenha o principal resultado observado é aumento na produção de leite.
Além disso, outros efeitos devem ser observados e uma questão pertinente a ser observada é a associação positiva entre o aumento da frequência de ordenha com a contagem de células somáticas (CCS) do leite (SMITH et al., 2002 apud MARCONDES et al.,2019).
Quando aumentar a frequência de ordenha?
Antes de tudo, a frequência de ordenha é uma escolha individual. De acordo com Silva e Veloso (2009) conforme citado por Marcondes et al. (2019), a recomendação da segunda ordenha é voltada para propriedades que possuem vacas com produção superior a 10 Kg/dia, em média. Em contrapartida, a terceira ordenha é recomendada para propriedades com produção superior a 30 Kg/dia/vaca, ou seja, rebanhos que possuem alto potencial genético.
Por outro lado, a decisão de implementar a terceira ordenha ou não deve levar em consideração os custos adicionais que surgirão, ou seja, o impacto econômico deverá ser avaliado.
Assim, deve-se ponderar se o aumento da produção de leite cobrirá os custos adicionais que aparecerão com o aumento da frequência de ordenha. Portanto, são os custos relacionados com energia elétrica, aumento no consumo de alimentos, materiais e medicamentos para pré e pós dipping, material de limpeza, mão de obra, dentre outros custos.
Considerações finais
Por fim, antes da adotar a segunda ou terceira ordenha, o produtor deve considerar o custo adicional dessa implementação, assim como estimar o retorno financeiro/econômico. Assim, com o aumento da frequência de ordenha e o aumento da produção de leite acarretará também o aumento no custo alimentar, energia elétrica, mão de obra, etc.
Outros fatores importantes a serem considerados são o tamanho e a saúde do rebanho, bem como o preço pago pelo leite.
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Referências:
MARCONDES, M. I.; ROTTA, P. P.; PEREIRA, B. de M. Nutrição e Manejo de Vacas Leiteiras. 1. ed. Viçosa-MG: UFV, 2019. v. 1. 236 p.