Estratégias de controle: Pneumonia Enzoótica Suína (Mycoplasma hyopneumoniae)

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O que é a Pneumonia Enzoótica Suína (PES)?

Caracterizada como uma infecção respiratória crônica dos suínos, a PES é causada pela bactéria Mycoplasma hyopneumoniae. Comum em áreas de produção suinícola, a doença é responsável por causar perdas econômicas devido ao aumento no uso de medicações para tratamento, além da redução do desempenho por parte dos animais (Maes et al., 2008).

Com alto potencial contagioso, os principais sintomas da PES são tosse, dificuldade respiratória, lesões pulmonares e perda do apetite, culminando para redução no ganho de peso. A contaminação ocorre pelo contato com fluidos respiratórios de animais infectados, não tendo sido encontrados fatores de suscetibilidade. Contudo, os sintomas de maneira geral se manifestam nas fases de crescimento e terminação (Maes et al., 2017).

Bactérias Mycoplasma hyopneumoniae aderidas às células epiteliais. Fonte: Dr. Carlos Pijoan.
Infecção por M. hyopneumoniae

A infecção se dá pela colonização do epitélio pulmonar do animal, quando a bactéria causa danos ao mecanismo de limpeza da região, afetando negativamente o sistema imunológico do trato respiratório (Thacker, 2006).

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A infecção bacteriana compromete o sistema respiratório dos animais infectados, tornando-o mais suscetível a outros agentes infecciosos como fungos, vírus e bactérias. A PES pode ocasionar outras infecções secundárias como Circovirose Suína e Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos. A soma de infecções pode contribuir para o aumento da mortalidade em animais infectados (Maes et al., 2008).

Em condições experimentais, os sintomas de infecção como tosse e lesões pulmonares se manifestam de 7 a 14 dias após a contaminação, sendo estimado como tempo de incubação (Maes et al., 2017). Em sistemas de produção comerciais, não há controle da carga bacteriana, portanto o período de incubação se torna de difícil estimativa.

Impacto econômico

A PES se manifesta como uma doença que apresenta maior morbidade do que mortalidade. Portanto, o número de animais infectados no ambiente é alto, mas os efeitos da infecção são crônicos, ou seja, a redução no desempenho é gradual.

A infecção isolada por M. hyopneumoniae apresenta baixa mortalidade, se manifestando a partir do aumento de dias para o abate, menor rendimento de carcaça e menor ganho de peso final (Maes et al., 2017).

Comparação entre um pulmão suíno saudável (a) e um ecometido por Mycoplasma hyopneumoniae (b). Fonte: Nevel (2002).
Estratégias de controle

Diversas cepas de M. hyopneumoniae são responsáveis pela PES, portanto a patogenicidade destas bactérias ainda não foi totalmente elucidada devido a variabilidade. O controle da doença em sistemas produtivos passa, basicamente, por estratégias que visem a prevenção a partir da otimização das condições de manejo dos animais (Tao et al., 2019).

O uso de vacinas contra o agente causal da PES apresenta alto potencial para redução dos sinais clínicos e da severidade das lesões pulmonares, além de reduzir o número de agentes infecciosos no trato respiratório. Em contrapartida, a eficiência da vacinação está condicionada a diversos fatores (Maes et al., 2008, 2017).

Dentre estes fatores estão a precariedade das condições sanitárias, bem como o uso de altas densidades. Um grande número de animais alojados contribui para a disseminação de doenças dentro dos sistemas de produção (Pointon et al., 1985).

O equilíbrio entre densidades que favoreçam a produtividade, e reduzam fatores de estresse para os animais, é o ideal. Também, o uso de lotes homogêneos com controle de origem, evitando a inserção de animais possivelmente infectados, é um importante fator para controle da PES nas granjas (Maes et al., 2008).

Fonte: www.livemint.com.

De maneira geral, práticas de biosseguridade, controle e observação de animais doentes, administração de medicamentos e aquisição de lotes negativos para M. hyonpneumoniae são estratégias passíveis de manejo e demonstram eficiência para o controle da pneumonia enzoótica.

A adoção destas medidas é importante para a redução dos níveis de infecção, contudo não garantem a ausência da bactéria nos sistemas de produção. De qualquer maneira, a adoção de práticas de manejo pode contribuir para melhor bem estar dos animais, menor número de animais infectados e menores perdas pela doença respiratória nos sistemas de produção.

Referências

Byrt, D., Heap, P., & Pointon, A. M. (1985). Effect of enzootic pneumonia of pigs on growth performance. Australian veterinary journal, 62(1), 13-18.

Dawson, A., Thevasagayam, S. J., Sherington, J., Harvey, R. E., & Peters, A. R. (2002). Studies of the field efficacy and safety of a single‐dose Mycoplasma hyopneumoniae vaccine for pigs. Veterinary Record, 151(18), 535-538.

Maes, D., Segales, J., Meyns, T., Sibila, M., Pieters, M., & Haesebrouck, F. (2008). Control of Mycoplasma hyopneumoniae infections in pigs. Veterinary microbiology, 126(4), 297-309.

Maes, D., Sibila, M., Kuhnert, P., Segalés, J., Haesebrouck, F., & Pieters, M. (2017). Update on Mycoplasma hyopneumoniae infections in pigs: Knowledge gaps for improved disease control. Transboundary and Emerging Diseases, 65, 110–124.

Tao, Y., Shu, J., Chen, J., Wu, Y., & He, Y. (2019). A concise review of vaccines against Mycoplasma hyopneumoniae. Research in veterinary science, 123, 144-152.

Thacker, E. L., Holtkamp, D. J., Khan, A. S., Brown, P. A., & Draghia-Akli, R. (2006). Plasmid-mediated growth hormone-releasing hormone efficacy in reducing disease associated with Mycoplasma hyopneumoniae and porcine reproductive and respiratory syndrome virus infection. Journal of animal science, 84(3), 733-742.

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