Ultimamente tem se visto uma vasta gama de doutores da estatística errando por tentarem prever o futuro a todo custo. Mas se tem uma coisa que posso afirmar que se tem muita chance de acerto é sobre o volume crescente e a maior demanda no futuro de proteína animal, mesmo com o vegetarianismo e veganismo estando na modinha do momento.
Com isso, os zootecnistas, nutricionistas animais, estão em uma busca constante por produtos alternativos com boa qualidade e que diminua os altos valores gastos na nutrição, que pode equivaler até 90% do custo total da produção, dependendo da cultura produzida.
Sendo assim, um coproduto no qual vejo um enorme potencial a longo prazo é o DDGS ( Grão seco de destilaria e solúveis ), resíduo da produção de etanol, seja com milho ou trigo, mas vamos focar no milho. Apesar de que no Brasil há uma predominância enorme da cana-de-açúcar como fonte de etanol, a utilização do milho na produção do biocombustível está crescendo, principalmente no centro-oeste do Brasil. Com isso a produção do DDGS também, e nada melhor que um destino sustentável que vá utilizar esse produto de forma correta, preservando o meio ambiente de possíveis poluições por descarte inadequado do resíduo.
Apesar de se terem mais estudos com ruminantes no Brasil, o grão destilado pode ser usado na suinocultura e avicultura.
Os níveis nutricionais podem variar bastante dependendo do tipo e cultivar do grão, da época do ano, da região, do ponto da colheita, adubação, etc. Mas, de forma geral, o DDGS apresenta de 25% a 32%PB, 38% a 45% de FDN, 8% a 12% de lipídios, sendo 80% de ácidos graxos insaturados, melhorando a composição química do leite, apresenta ainda de 85% a 90% de NDT ( Ruminantes ), para aves e suínos, apesar de apresentar um melhor perfil aminoácidico, deve-se tomar cuidado com a lisina e metionina.
Em suínos pode ser incluído até 30% na creche sem comprometer o rendimento. Já em aves deve-se tomar maiores cuidados, sendo indicado no máximo 6% na fase inicial e 15% no crescimento e terminação, repito, de olho na lisina e metionina, aminoácidos limitantes. Para bovinos, o alto teor de FDN auxilia na motilidade ruminal, salivação, fonte de proteína não degradável no rúmen (PNDR) entre outros benefícios para os ruminantes. Em animais de companhia pouco se tem estudado sobre a utilização do DDGS.
Nos Estados Unidos, que utilizam como principal fonte de etanol o milho, se fala ainda de grãos secos de destilaria de alta proteína (HPDDG), grãos de destilaria úmidos com solúveis (WDGS) e grãos de destilaria úmidos de alta proteína (HPWDG).
Referências:
- https://www.intechopen.com/b
- https://www.3tres3.com.pt/
- https://www.pubvet.com.br/
- https://repositorio.unesp.br/
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