Quantas vezes você já ouviu de terceiros que o Baby Beef é a carne retirada do bezerro?
Muitos defensores dos direitos dos animais que pregam uma alimentação a base de vegetais, usam desse argumento para comover mais e mais pessoas e difamar a pecuária.
Por mais sugestivo que seja o nome Baby Beef, na América Latina ele consiste num corte tradicional de carne bovina, um medalhão alto do coração da alcatra, ou miolo da alcatra. Trata-se de uma peça pequena, que raramente ultrapassa 800 gramas.
Ou seja, não é retirado de um novilho, trata-se de um dos vários cortes da alcatra, apenas!
Já nos Estados Unidos, Baby Beef tem outro significado, e é usado para definir carne de vitelos, bois extremamente jovens, uma carne com coloração mais clara e macia.
Assim, o mercado de vitelas surgiu como uma solução para a indústria de laticínios que não tinha aproveitamento dos bezerros nascidos das vacas leiteiras.
Respostas de 5
“Muitos defensores dos direitos dos animais que pregam uma alimentação a base de vegetais, usam desse argumento para comover mais e mais pessoas e difamar a pecuária”. Olá, meu nome é Thais, sou estudante de nutrição, não sou vegetariana e nem vegana, mas tenho preocupação e consciência pelos alimentos que consumo e de onde eles vem. Acredito que isso seja uma tendência mundial de uma nova geração. Não concordo quando dizem “comover mais e mais pessoas e difamar a agropecuária”. Sabemos que nossa população é gigantesca e tem cada vez mais fome e atender à essa demanda está cada vez mais difícil. As indústrias de alimentos buscam cada vez mais alternativas para atender à essas necessidades e também acabam crescendo no mercado…todo aquele papo que conhecemos!…Enfim, acredito que a agropecuária também deveria assumir mais responsabilidade com o meio ambiente e principalmente no respeito e no manejo desses animais, que hoje não passam de apenas um produto financeiro e de sem expansão de consciência alimentar mundial. Todos sabem que, não temos a necessidade nutricional de ingerir a quantidade de carne vermelha (proteínas) como estamos ingerindo, sem nenhuma preocupação e respeito com nossa saúde, com os outros, com os animais e com o meio ambiente. Precisamos ter mais responsabilidade com as informações que queremos transmitir para a população, pois formamos opiniões, que na maioria das vezes chegam até pessoas sem o menor nível de instrução. Obrigada por este espaço de diálogo e acho que abertura é muito importante.
Olá Thais, como vai? Obrigado pelo seu posicionamento. O blog é exatamente para trazer esse espaço de trocas de ideias. Infelizmente os movimentos extremistas (ambientalistas e veganos) deturpam o Agro e pintam eles como o maior vilão do aquecimento global, da insegurança alimentar e dos desmatamentos. Contudo, não é assim, fazendeiros que maltratam seus animais são minorias, da mesma forma que existem veganos racistas, homofóbicos etc, ou seja, há minorias ruins em quaisquer área da sociedade. Agora deixe-me trazer alguns pontos importantes. O agro hoje é responsável por uma enorme parte dos empregos produzidos no Brasil, Toda propriedade rural hoje tem no mínimo 20% de áreas preservadas (APPs), a pecuária brasileira à pasto é praticamente neutra quando falamos de emissão de carbono, isso porque a pastagens capta uma quantidade enorme de carbono. O desmatamento da Amazônia se dá pelo valor das madeiras que há lá, ninguém desmata para colocar gado (“como pode toneladas e toneladas de madeira cruzar o país até o litoral e ser embarcado para a europa sem ngm ver?”). A carne vermelha já saiu do radar dos médicos, inclusive sendo indicada para inúmeros quadros clínicos. Por fim, dados recentes da FAO estimam que até 2050 a população irá crescer, de forma mais lenta mas irá, e o crescimento do consumo de carne e sua produção irá acompanhar. Carne de laboratório nem precisa entrar nesta discussão, porque se vamos falar de saúde, um amontoado de conservantes e antibióticos replicando celulas exponencialmente podendo replicar celulas cancerigênas não vai ser saudável. Fique a vontade para responder e irmos trocandos ideias, incluise, gostaria de ver o que podemos (agro) melhorar de acordo com sua percepção.att.
Excelente resposta para um comentário vazio e infeliz.
Infelizmente, Pedro Torres, não é a minoria que maltrata os animais de produção. Sou Veterinário, trabalho a bastante tempo no “agro” e vejo as barbaridades que ocorrem na maioria das propriedades rurais. Bem-estar animal (BEA) necessita primeiramente de um bom investimento em infraestrutura e mão de obra capacitada, o que a maioria não tem. Muitas propriedades rurais, não possuem nem curral de manejo. E currais com cercas fechadas e curvas, que é o indicado p/ o BEA de bovinos, é muito mais raro ainda. Há muito pouco conhecimento do comportamento específico de cada espécie. O bovino, por ex., a sua temperatura de conforto fica em torno de 12°C p/ os Zebuínos (raças europeias é menor ainda) e os animais sofrem em altas temperaturas em locais de climas cada vez mais quentes, sem nenhuma sombra. Sofrem com os carrapatos (que adquiriram resistência pelas drogas usadas pelo homem) e a doença que ele transmite, sofrem em confinamentos, com a marcação de ferro candente, em muitos abatedouros, sem a infraestrutura necessária p/ o BEA, ainda utilizando a prática de marretadas na cabeça e até machado, não respeitando o abate humanitário. Na bovinocultura leiteira é pior ainda. As vacas, além de sofrerem o que já citei, é permanentemente sobrecarregada a sua glândula mamária, raramente ocorrendo um descanso, o que leva a várias patologias, como a mamite. Seus bezerros são retirados no mesmo dia nas raças europeias e 3 dias depois nas zebuínas. Não têm o direito de serem mães. E os bezerros machos, são abatidos e vendidos como carne de vitelo. As vacas, qdo não servem mais, são abatidas. Além disso, a incidência de tuberculose na bovinocultura leiteira é ainda considerável, principalmente por ser uma doença crônica, de difícil diagnóstico e altamente transmissível, com perigo de transmissão também p/ o homem, através do leite e do contato com o animal. A indústria leiteira controla a bactéria da tuberculose com a pasteurização do leite e o processo UHT. Porém, não acho saudável beber leite esterelizado de vacas tuberculosas ou com mamite e, principalmente, de pobres animais que vivem sofrendo. Quanto a carne bovina, ainda sou adepto, principalmente pelo fato de que somos onívaros, mas busco conscientizar as pessoas quanto ao BEA e comprar alimentos com certificação de BEA.
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