Na era da tecnologia e informações não basta apenas produzir algo, tem que mostrar que, o que estar a ser produzido é sustentável e saudável, aquela velha expressão “estamos produzindo alimentos” já não vale de nada, se para produzir tem-se que dizimar biomas etc. A pecuária para muitos é o principal causador do efeito estufa, o que está longe de ser verdade, porém pós revolução verde está longe também de sermos os mocinhos… Porém, buscar maneiras alternativas de produção, que dê maior produtividade, rentabilidade e reduza a poluição ( Você peidando está poluindo ) se faz necessário.
O Pastoreio Racional Voisin – PRV, além de gerar resultados financeiros competitivos, enriquece o solo (MO, N, P, K e microelementos), produz impacto ambiental mínimo, proporciona alta taxa de sequestro de carbono – C, produz mínimo impacto sobre a biodiversidade e, finalmente, mas não menos importante, maximiza a captação e a transformação da energia solar, cujo custo e contaminação são nulos (Castagna et al., 2008).
O Pastoreio Racional Voisin está sobre 4 leis básicas, que diz respeito ao tempo de repouso, tempo de ocupação, rendimentos máximos e rendimentos regulares, respectivamente.
O tempo de repouso se faz necessário para que a planta se recupere e tenha um rendimento máximo, esse tempo se dá entre dois pastoreios, e depende da velocidade de recuperação da planta, já que a mesma precisa mobilizar CNE (Carboidratos não estruturais) para a parte aérea da planta e logo depois o excedente e utilizado para reabastecer as reservas da mesma. O período de repouso ainda interfere diretamente na produção de matéria seca e no valor nutritivo das forrageiras. Espécie vegetal, estação do ano, fertilidade do solo, condições climáticas – entre outros – são fatores que impactam fortemente o tempo de repouso.
O tempo de ocupação é de extrema importância, e para Voisin deve ser o menor tempo possível, isso para que uma forrageira não seja cortada duas vezes, o que vai lhe prejudicar na rebrota. Se isso acontece é porque possivelmente a primeira lei não foi cumprida, e ambas estão intrinsecamente ligadas. Ainda nessa lei entra uma solução para o grande problema do Brasil, a produtividade por hectare, solução pois, para que o animal fique o menor tempo possível é necessário uma alta carga instantânea, onde o rebanho consuma a forragem disponível rapidamente e de forma uniforme.
Na lei do rendimento máximo, os animais mais exigentes como vacas em lactação e novilhos em terminação, tem preferência para colher uma maior quantidade de pasto com a melhor qualidade, para suprir suas grandes exigências nutricionais.
Para que o animal tenha rendimentos regulares é preciso que ele colha sempre a pastagem no ponto certo, e para isso o animal não pode ultrapassar o limite de tempo no piquete, se o animal não permanecer mais que 1 dia no piquete, o rendimento é máximo, com o passar dos dias, esse rendimento tem um decréscimo.
Por fim, Voisin chamou de ponto ótimo de repouso, o ponto ideal para a entrada do gado, esse ponto baseia-se em uma curva sigmoide que tem formato de S, a planta ao longo dessa curva possui tanto mudanças quantitativas como qualitativas, o que é de extrema importância, um exemplo: Se os animais entram com a pastagem muito nova, o que quer dizer muitos nutrientes nitrogenados solúveis e pouca fibra, poderá ocorrer diarreia.
Referências:
http://www.pesagro.rj.gov.br/downloads/riorural/10%20Pastoreio%20Racional.pdf