O leite instável não ácido, em princípio é um parâmetro referente a qualidade do leite, ou seja, ele é um indicativo se o produto está apto para sofrer processamentos industriais ou se tem segurança para consumo in natura.
O Ministério da Agricultura, de acordo com sua Normativa 51, pré-estabeleceu padrões químicos mínimos, referentes à composição do leite e com base nestes padrões são realizados testes, para assegurar sua qualidade físico-químico (boa composição, aspecto físico e livre de patógenos).
Agora, sobre a qualificação do leite, é realizado um teste à base de álcool (concentração mínima de 72%), e por meio dele que se descobre se ele é um leite ácido ou leite LINA.
A LINA, é caracterizada pela perda de estabilidade da caseína (proteína encarregada pela estrutura física do leite). No entanto, a LINA, pode ser decorrente de inúmeros fatores.
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Primeiramente, para a identificação da LINA, é realizado um teste à base de álcool (concentração mínima 72%). Quando ele apresenta- se positivo, há necessidade de descarte, ou seja, ele realmente é um leite ácido. O leite pode apresentar instabilidade neste teste e ter pouca acidez sendo necessário, a realizar fervura e caso precise, fazer o teste Dornic.
Características do Leite LINA
O leite LINA, apresenta menor quantidade de lactose, diminui concentração de sólidos e como consequência há menor rendimento na produção de derivados lácteos.
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Leite LINA x Leite Ácido
Comumente ao identificar a qualidade do leite, surgem dúvidas, se ele é um Leite Lina- Falso positivo ou se realmente é ácido. Sendo assim, são avaliados dois aspectos: Sua cor e se possui grumos ou não.
Daí surge a importância da concentração do álcool, pois quanto mais concentrado ele for, há maior incidência de leite instável e assim é possível encontrar leite com maior estabilidade térmica, quesito este, que indica a resistência do leite em coagular, auxiliando assim na produção de derivados às altas temperaturas (UHT, leite em pó).
Leite ácidos são decorrentes de má higienização e falhas na refrigeração.
FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DO LEITE:
Nutricional– Animais com restrição alimentar, apresentam maior instabilidade.
Fase da Lactação– Há uma maior incidência no início da lactação, pode ser devido a uma baixa estabilidade do leite de transição ( colostro e leite normal). Posteriormente a este período o leite se estabiliza e retorna a ser instável no fim da lactação.
CCS– Presença de grande quantidade de CCS, há uma maior quantidade e atuação de enzimas (plasmina e outras proteases), elas hidrolisam porções de caseínas e assim podem tornar o leite instável ao aquecimento.
Estresse Térmico– Há perda de estabilidade, devido à acidose metabólica, como resposta à alcalose respiratória desencadeada pelo aumento da frequência de respiração.
Genética- É mais recorrente em rebanho com alto valor genético, em animais mais susceptíveis ao estresse nutricional ou calórico.
Prevenção e Tratamento
Realizar planejamento nutricional e ambiental, adaptando para a necessidade de cada lote do rebanho e evitando assim, mudanças repentinas na dieta ou grandes variações de temperatura.
Garantir pastagens, forragens conservadas, volumoso com qualidade.
Secar as vacas com no máximo 305 dias de lactação, visto que acima deste período a incidência da LINA é mais frequente.
Em síntese, a LINA pode levar à condenação do leite pelas indústrias, visto que elas a rejeitam por terem receio de gerar algum problema em seu processo de beneficiamento e por fim ocasionar perdas no setor produtivo. Além do mais, o consumo deste leite, não gera nenhum risco quando ingerido, sendo indispensável a adoção de medidas preventivas para garantir a qualidade do produto.
Referências:
COMUNICADO TÉCNICO 356 LINA – Leite Instável Não Ácido – EMBRAPA.
Leite Lina- Esteio Gestão Agropecuária.