O termo microbiota se refere à uma comunidade de microrganismos como bactérias, protozoários, fungos e vírus. Durante todo o trato gastrointestinal (TGI) é possível encontrar comunidades de microrganismos em quantidades e diversidades diferentes. Além disso, idade, dieta, sanidade e bem-estar animal podem afetar positivamente ou não essas populações e suas proporções.
Contudo, o TGI das aves é composto pelo papo, proventrículo, moela, intestino delgado (duodeno-jejuno-íleo) e intestino grosso (ceco-cólon-cloaca) – “Ain Pedro, falta a língua, faringe, etc”… Calma, abaixo uma imagem completa. Todas essas porções abrigam comunidades diferentes e, como já abordado, desempenham papéis importantes no crescimento e desenvolvimento dos animais.
Todavia, agora que você já sabe o que é o TGI, vamos abordar o perfil da microbiota de cada um dos “principais” compartimentos. Vou deixar numa tabela abaixo para facilitar.
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| Partes do TGI | pH | Bactérias Abundantes/Dominantes |
| Papo | +-5,5 | Lactobacillus (dominante) Clostridiaceae, Bifidobacterium Enterobacteriaceae, Enterococcus |
| Moela | +-3,5 | Lactobacillus (dominante), Clostridiaceae Enterococcus, coliforms |
| Duodeno | 6,0 a 6,5 | Lactobacillus (muito dominante, até 99% em algumas aves), Streptococcus , coliformes |
| Jejuno | +-7,0 | Lactobacillus, Estreptococcus e Proteobacterias. |
| Íleo | 7,0 a 8,0 | Lactobacillus (muito dominante), Streptococcus , coliformes, Enterobacteriaceae , Clostridiaceae |
| Ceco | +-7,0 | Rico em desconhecido e não cultivado, Lactobacillus , Bacterioides , Clostridium , Bifidobacterium |
Lembrando que diferenças na alimentação, lote, idade, sexo e outras variáveis influenciam a microbiota.
Tá, mas qual a importância disso?
Todos esses microrganismos vivem (ou deveriam) em equilíbrio e simbiose com o hospedeiro, pois desempenham importante papel na homeostasia intestinal e na saúde do animal por meio de renovação epitelial, defesa contra patógenos e melhor aproveitamento dos nutrientes.
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Neste contexto, podemos classificar as bactérias em gêneros benéficos como Lactobacillus spp. ou maléficos como Clostridium spp., no entanto, isso fica para um próximo artigo.
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Referências:
Pickler, L., Santin, E. & Silva, A.V.S. (2011). Alternativas aos antibióticos para equilibrar a microbiota gastrointestinal de frangos. Archives of Veterinary Science, 16(3): 1-13.
Stanley, D., Hughes, R.J. & Moore, R.J. (2014). Microbiota of the chicken gastrointestinal tract: influence on health, productivity and disease. Applied Microbiology Biotechnology, 98: 4301-4310.
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