O Brasil tem sua devida importância na produção de carne bovina, que se inicia com a própria criação animal. Em que, segundo fontes do IBGE, em 2023, o páis bateu seu recorde de produção desta proteína, chegando a mais de 6 milhões de toneladas.
A exportação de carne bovina já representa 3% das exportações brasileiras e um faturamento de 6 bilhões de reais. Representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) ou 30% do PIB do Agronegócio, com um movimento superior a 400 bilhões de reais, que aumentou em quase 45% nos últimos 5 anos (Embrapa).
Esse cenário se deu graças ao desenvolvimento de pesquisas ao longo das décadas, o que inclui uma melhor seleção genética, nutrição, saúde e bem-estar animal. Sendo possível estudar a melhor maneira de aplicá-las nas práticas de manejo dentros das propriedades.
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Atualmente no Brasil, o maior sistema aplicado é o Extensivo, em que consiste nos animais sendo criados e engordados à pasto. E dessa forma é necessário ter áreas com pastagens de qualidade, atendendo os níveis nutricionais adequados a demanda energética e nutricional do gado.
E quando pensamos na fase de terminação, precisamos pensar em estratégias para que o gado chegue no peso ideal para o abate em um menor espaço de tempo, gerando um melhor custo benefício para o pecuarista. Essa terminação pode ser feita a pasto ou no confinamento, mas a Terminação Intensiva a Pasto (TIP), como o próprio nome diz, utiliza-se a forragem como principal fonte de volumoso com uso de suplementação de concentrado.
A TIP é uma excelente alternativa para esta fase, desde que seja planejada corretamente, em que ela busca fazer a engorda de animais para o abate empregando a estratégia do confinamento, porém, utilizando-se das pastagens.
A suplementação é fornecida nos cochos dos animais, em que essa ração é balanceada e busca suprir as necessidades energéticas, proteícas e minerais necessárias a esta fase.
Diferente do que muitos pensam, TIP não é o mesmo que semiconfinamento tradicional. Pois na TIP, o fornecimento de concentrado é quase o dobro do tradicional, onde essa oferta pode chegar a 2% do peso vivo, em que a taxa de lotação também pode ser mais alta.
Abaixo listaremos algumas vantagens e desvantagens desse sistema de terminação:
Vantagens:
- Custo Reduzido: A terminação intensiva a pasto pode ser mais econômica em comparação com sistemas de confinamento, pois reduz os custos associados à alimentação e infraestrutura.
- Bem-Estar Animal: Animais em pastoreio geralmente têm mais espaço e liberdade para expressar comportamentos naturais, o que pode contribuir para um melhor bem-estar animal.
- Qualidade da Carne: Algumas pesquisas indicam que animais terminados a pasto podem produzir carne com características sensoriais diferentes, como sabor e textura, que são apreciadas por alguns consumidores.
- Sustentabilidade: A terminação a pasto pode ser considerada mais sustentável do ponto de vista ambiental, pois utiliza recursos naturais, como pastagens, em vez de depender fortemente de grãos e outros insumos associados à produção intensiva em confinamento.
Desvantagens:
- Ganho de Peso Mais Lento: Em comparação com sistemas de confinamento, o ganho de peso dos animais pode ser mais lento na terminação intensiva a pasto, o que pode prolongar o tempo necessário para atingir o peso de abate desejado.
- Sazonalidade e Clima: A produção a pasto muitas vezes está sujeita às condições climáticas e sazonalidade, o que pode afetar a disponibilidade e qualidade das pastagens.
- Menos Controle sobre a Dieta: Em sistemas intensivos a pasto, os produtores têm menos controle sobre a dieta dos animais em comparação com sistemas de confinamento, onde a alimentação é mais precisa e controlada.
- Risco de Erosão e Degradação do Solo: O manejo inadequado das pastagens pode levar à erosão do solo e degradação da qualidade das pastagens ao longo do tempo, impactando negativamente a produção.
- Necessidade de Maior Área de Pastagem: Para manter a produtividade, pode ser necessário ter uma área de pastagem significativamente maior em comparação com sistemas intensivos de confinamento.
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Em resumo, a terminação intensiva a pasto apresenta tanto vantagens quanto desvantagens, e a escolha entre esse método e outros sistemas de produção depende de diversos fatores, incluindo objetivos do produtor, condições locais, demanda do mercado e considerações ambientais.
Referências bibliográficas:
Terminação intensiva a pasto: entenda esta estratégia!. EducaPoint, 2022. Disponível em: https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-corte/terminacao-intensiva-pasto/.
Qualidade da carne bovina. Embrapa. Disponível em: https://www.embrapa.br/qualidade-da-carne/carne-bovina.
Terminação Intensiva a Pasto (TIP). Pecuária de Alta Performance, 2023. Disponível em: https://pecuariadealtaperformance.com.br/pasto/terminacao-intensiva-a-pasto/.
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