Criação de Codornas: Nutrição para Qualidade dos Ovos

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codornas

A criação de codornas para produção de carne e ovos teve início no século XX, com os japoneses e chineses realizando cruzamentos entre codornas europeias e espécies selvagens, resultando na subespécie Coturnix coturnix japonica, conhecida como codorna japonesa ou doméstica. No Brasil, as codornas foram introduzidas por Oscar Molena, em 1959 (PINTO, Rogério et al, 2002).

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Diversos motivos impulsionaram o aumento da criação de codornas no país. Destacam-se o seu rápido crescimento, a precocidade na produção e maturidade sexual em um curto período de 35 a 42 dias. Além disso, as codornas apresentam alta produtividade, com uma média de 300 ovos por ano, e requerem pouco espaço para abrigar grandes populações. Sua longevidade em alta produção, que pode chegar a 14 a 18 meses, também é um fator relevante (Mohamed, E. ABD et al, 2024).

Existe uma preocupação em relação à nutrição da codorna japonesa no Brasil, devido à falta de conhecimento sobre essa prática agropecuária nas condições brasileiras. Dado que a introdução bem-sucedida da codorna japonesa ocorreu em diversos países com diferentes condições climáticas, há uma necessidade de obter novas informações, especialmente sobre o material genético e os sistemas de criação (STANQUEVIS, C. E. et al, 2021). A Tabela Brasileira de Aves e Suínos recomenda uma média de 3,16% de cálcio e 0,33% de fósforo disponível na dieta das codornas (ROSTAGNO et al, 2017) .

 

A falta de informações precisas sobre as necessidades nutricionais pode afetar os custos dos alimentos e levar a erros na formulação das dietas, causando prejuízos ao setor. Do ponto de vista nutricional, os minerais são essenciais, representando cerca de 5% do corpo animal. O cálcio e o fósforo são especialmente importantes, formando a maior parte do esqueleto (80-85%) e contribuindo para a formação da casca dos ovos e a estrutura muscular (STANQUEVIS, C. E. et al, 2021).

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A qualidade dos ovos está ligada à alimentação das aves, onde o cálcio e o fósforo têm grande influência. A composição química do subproduto da casca do ovo inclui principalmente carbonato de cálcio (94%), carbonato de magnésio (1%), fosfato de cálcio (1%) e matéria orgânica (4%). Isso faz do cálcio um mineral crucial para a qualidade da casca dos ovos. O fósforo também é essencial para o metabolismo e a formação da casca do ovo (STANQUEVIS, C. E. et al, 2021).

O excesso de cálcio afeta a disponibilidade de outros minerais, enquanto o excesso de fósforo prejudica a qualidade da casca do ovo, causando acidose sanguínea durante a formação do ovo. Além de ser o terceiro ingrediente mais caro na dieta, o excesso de fósforo na alimentação animal pode causar problemas ambientais devido à sua eliminação excessiva nas fezes (STANQUEVIS, C. E. et al, 2021).

Essa relação está intimamente ligada à qualidade dos ovos, uma vez que ovos de má qualidade, resultantes de falhas na formação da casca, cascas frágeis e rachadas, podem acarretar consideráveis prejuízos financeiros. Assim, a manutenção dos níveis adequados de minerais, aliada a práticas de manejo adequadas, tende a reduzir as perdas e impulsionar a produção.

Referências:

CAROLINE ESPEJO STANQUEVIS et al, Calcium and available phosphorus requirements of Japanese quails in early egg-laying stage, Poultry Science, v. 100, n. 1, p. 147–158, 2021.

Mohamed, E. ABD et al, Effects of varying dietary microalgae levels on performance, egg quality, fertility, and blood biochemical parameters of laying Japanese quails (Coturnix coturnix Japonica), Poultry Science, p. 103454–103454, 2024.

PINTO, Rogério et al, Níveis de Proteína e Energia para Codornas Japonesas em Postura, Revista Brasileira De Zootecnia, v. 31, n. 4, p. 1761–1770, 2002.

NASCIMENTO, J. G. et al. Criação de codornas para corte. N° 29: Emater-DF, 2021.

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