A história da zootecnia remonta há milhares de anos, desde os primórdios da domesticação de animais pelo homem. A necessidade de cuidar, alimentar e utilizar de forma produtiva os animais sempre foi uma preocupação constante ao longo do tempo. A zootecnia, como ciência que estuda a criação e o manejo de animais, surgiu como uma resposta à essa demanda.
As origens da zootecnia remontam às primeiras comunidades agrícolas, quando o homem começou a criar animais para uso alimentar, como fonte de trabalho e até mesmo como símbolos de status social. Civilizações antigas, como os egípcios, babilônios e romanos, já possuíam conhecimentos práticos sobre a criação de animais e técnicas de reprodução.
No entanto, foi somente no final do século XVIII que a zootecnia começou a se consolidar como uma disciplina científica. Um dos pioneiros nesse campo foi o agrônomo francês Georges-Louis Leclerc, conhecido como Conde de Buffon, que no século XVIII realizou estudos sobre a história natural dos animais e a influência do ambiente em seu desenvolvimento.
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Durante a Revolução Industrial, houve uma demanda crescente por produtos de origem animal, como carne, leite, lã e couro. Nesse contexto, surgiram as primeiras instituições de ensino voltadas para o estudo da zootecnia, com o objetivo de formar profissionais capacitados para lidar com a criação e o manejo de animais. Destacam-se nomes como Claude Bourgelat, considerado o pai da medicina veterinária moderna, e Henri Grouvelle, que fundou a primeira escola veterinária do mundo em Lyon, na França, em 1761.
No século XIX, a zootecnia se expandiu rapidamente, impulsionada pelos avanços na seleção genética e melhoramento animal. Gregor Mendel, um monge agostiniano austríaco, realizou experimentos com ervilhas e estabeleceu as leis da hereditariedade, que se tornaram a base para os estudos de melhoramento genético na zootecnia.
Nesse período, destacam-se também os trabalhos de Robert Bakewell, criador de ovelhas, e Sir John Lawes e Sir Henry Gilbert, que estabeleceram o primeiro laboratório de pesquisa agrícola na Inglaterra. Bakewell foi responsável por desenvolver técnicas de seleção e cruzamento de animais, criando raças melhoradas para a produção de carne e lã. Já Lawes e Gilbert realizaram importantes estudos sobre nutrição animal, contribuindo para a compreensão dos requisitos nutricionais dos animais.
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No século XX, a zootecnia continuou a se desenvolver, acompanhando os avanços tecnológicos e científicos. Destacam-se nomes como Jay Lush, considerado um dos pais do melhoramento animal moderno, que desenvolveu métodos estatísticos para a seleção de animais superiores. Outro nome importante é Raymond Pearl, que contribuiu para os estudos sobre crescimento e reprodução animal.
Atualmente, a zootecnia desempenha um papel fundamental na produção de alimentos de origem animal.