Na Suinocultura intensiva existem várias etapas que envolvem toda a produção, e cada etapa também envolve setores diferentes, o que leva a movimentação dos animais e adaptação a um novo ambiente. O desmame não é diferente, e requer total atenção do produtor, pois o leitão é separado da porca, além de haver mudança no ambiente e principalmente na dieta.
O desmame ocorre normalmente aos 21 dias de idade, sendo caracterizado como o processo de separação do leitão da porca, sendo também um processo muito complicado, pois ele passa pela mudança de ambiente – o que envolve temperatura, espaço, local e principalmente, a dieta. Durante esse processo, o sistema digestivo do leitão está passando ainda por desenvolvimento, o que antes ele era um animal lactente, e com consumo de ração pré inicial, agora ele passará por um trabalho de adaptação ao alimento sólido. Essa adaptação é um momento crucial no manejo da granja, pois são estes leitões desmamados que ditam a sua produtividade.
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Outro ponto chave também é que a imunidade do leitão recém desmamado é baixa, o que interfere diretamente na saúde do animal, sendo necessário atentar-se à aplicação das vacinas e também na taxa de consumo nutricional diária. Pois se o animal não se alimenta, ele fica suscetível às bactérias que levam a doenças entéricas, apresentando diarréia e perda significativa de peso, o que interfere diretamente no seu crescimento e, consecutivamente, no seu tempo de permanência na granja e na lucratividade do produtor.
Mas afinal, como contornar essa situação?
A principal forma de minimizar esses impactos é através do manejo e da ambiência, em que envolvem diversos fatores como temperatura ideal, que deve estar entre 27 e 30ºC, limpeza e desinfecção adequada das instalações da creche, respeitando o período do vazio sanitário. Além de também adequar a dieta e influenciar a ingestão de sólidos desde a fase da maternidade, como por exemplo fazer o uso do creep feeding, que consiste em oferecer ração especial para essa fase, sendo que essa ração tem um alto teor de lactose, sendo muito bem aceita e palatável ao leitão, levando a uma adaptação do trato digestivo para a fase de crescimento, estimulando a alimentação e ao consumo de água. Outro fator também é a formação apropriada dos lotes, onde deve-se atentar a uniformidade do lote, também deve ter cuidado com densidade de animais, pois com superlotação alguns animais não comem e isso gera mais estresse na baia, além de adequar também a quantidade de comedouros e bebedouros de acordo com o número de animais ali alocados, sendo importante também mantê-los entre irmãos, a fim de facilitar a mudança de ambiente.
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A atenção deve redobrar quanto ao estresse de leitões, pois o estresse leva a distúrbios do sistema gastrointestinal, que está intimamente ligado ao sistema nervoso entérico, o que acarreta em diarréia, levando a desidratação e se não tratado, pode levá-los à óbito. Dessa forma, é necessário reduzir o máximo possível os impactos negativos no desmame, principalmente através do manejo correto, assim haverá um melhor desempenho zootécnico, redução na taxa de mortalidade da granja e o sucesso produtivo da mesma.
Referências bibliográficas:
Como realizar o manejo de leitões pós desmame. Nutrição e saúde animal. Disponível em: https://nutricaoesaudeanimal.com.br/desmame-de-leitoes/#:~:text=Os%20leit%C3%B5es%20rec%C3%A9m%2Ddesmamados%20tamb%C3%A9m,seguidamente%20afetados%20por%20problemas%20ent%C3%A9ricos.
Estresse do desmame em leitões: o que sabemos e o que podemos melhorar?. 3três3. Disponível em: https://www.3tres3.com.br/artigos/estresse-do-desmame-o-que-sabemos-e-o-que-podemos-melhorar_1564/
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