A água representa um elemento de extrema importância para os animais, sobretudo os ruminantes, e precisa ser considerada em todas as fases de vida. Depois do oxigênio, a água é considerada o principal nutriente essencial para a vida dos animais (MEYER et al., 2004). As vacas leiteiras em geral possuem de 56 a 81% de seu peso corporal constituído por água, variando de acordo com o estado fisiológico e de sua composição corporal (FILGUEIRAS, 2021).
Para as vacas em lactação, a água e necessária em todos os processos vitais, dentre eles podemos citar: transporte de nutrientes; digestão e metabolismo; excreção de materiais (urina e fezes); respiração; transpiração, regulação do calor corporal; manutenção dos fluidos corporais e do equilíbrio iônico; formação de ambiente fluido para o desenvolvimento do feto e produção de leite. Sendo assim, garantir o fornecimento e assegurar que o animal consuma água de boa qualidade é fundamental para seu desempenho produtivo (NRC, 2007).
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Por ser considerada um elemento de fácil acesso e obtenção no processo de produção, os produtores de bovinos de leite não costumam dar muita atenção ao fornecimento de água em quantidade e qualidade para os animais. Uma série de problemas na produção podem ocorrer devido a essa falta de fornecimento de água adequada. Como por exemplo, queda na produção de leite, baixo ganho de peso, dificuldade na regulação térmica, aumento na incidência de doenças, queda no índice de escore de condição corporal, e ainda, em alguns casos pode até prejudicar a própria composição do leite.
O consumo de água deve ocorrer várias vezes ao longo do dia e nas vacas em lactação esse consumo está ligado a vários fatores como: estado fisiológico, produção de leite, peso corporal, consumo de matéria seca, composição da dieta, clima e qualidade da água.
Uma vaca leiteira, de acordo com sua produção, tamanho corporal, estágio fisiológico, condição climática, ingestão de sal, proteína na dieta, disponibilidade de bebedouros e principalmente qualidade da água, poderá consumir entre 40 e 120 litros de água por dia. Levando em consideração o ponto de vista dietético, um menor consumo de água irá acarretar menores índices produtivos (PIRES et al., 2010).
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Um sucesso no manejo nutricional depende do fornecimento de água suficiente ao animal para que sua necessidade hídrica seja atendida por meio de ingestão voluntária. No entanto, esta necessidade de água é de difícil determinação pois envolve um balanço hídrico, tal que a ingestão de água deve atender a perda total de água e a água retida (NRC, 2007). A relação do consumo de água e o consumo de matéria seca (CMS) recebe um destaque dentre os fatores, pois esta relação pode ser alterada conforme o consumo de água fria ou forragem gelada de pastejo, gerando os efeitos de redução transitórias na temperatura do conteúdo ruminal (NRC, 2007).
Nesse contexto, o consumo adequado de água é ainda mais notório ao identificar que as vacas em lactação requerem grande quantidade de água. Isso ocorre porque a água está diretamente ligada ao peso corporal, ao consumo de matéria seca e ao nível de produção de leite, sendo que 87% do volume do leite é água (HERRERO, 1998). Os produtores que se atentam ao fornecimento adequado estão mais próximos de um bom manejo e de proporcionar o bem-estar aos animais.
Referências:
FILGUEIRAS, G. Prodap, 2021. Ingestão de agua por bovinos de leite: Saiba tudo sobre a importância deste nutriente. Disponível em: https://prodap.com.br/pt/blog/agua-para-bovinos-de-leite. Acesso em: 30 de maio de 2021.
HERRERO, M. A. El agua y su importancia en la producción ganadera. Geórgica: revista del espacio rural, n. 6, p. 6786, 1998
MEYER, U.; EVERINGHOFF, M.; GÄDEKEN, D.; FLACHOWSKY, G. Investigations on the water intake of lactating dairy cows. Livestock Production Science. v.90, p.117– 121, 2004.
NRC (National Research Council). Nutrient requeirements of dairy cattle. 7th Ed. 381p. 2001.
PIRES, M. F. A.; CASTRO, C. R. T.; OLIVEIRA, V. M.; PACIULLO, D. S. C. 2010. Conforto e bem-estar para os bovinos leiteiros. In: Auad A.M., Santos A.M.B. & Pires M.F.A.(Org.). Manual de Bovinocultura de Leite. 2 ed. Brasília/Belo Horizonte: LK editora/SENAR-AR/MG, vol. 1. p.395-426.