A laminite equina, comumente conhecida como “aguamento’’, é uma patologia que atinge o sistema locomotor de bovinos e equinos, sendo estes mais suscetíveis a desenvolver edemas nas lâminas, devido à sua anatomia. Esta patologia é decorrente de uma inflamação interna do casco, mais precisamente nas lâminas, quando o osso se desprende da parede do casco. Além de dor, esse desprendimento causa deformação, claudicação, aumento da temperatura (parede do casco e parte coronária), latejamento, tremores, ansiedade, etc.
A laminite é um processo fisiopatológico que pode ser desencadeada por inúmeros fatores, sendo os mais comuns:
- Isquemia laminar quando há uma baixa irrigação de sangue nas lâminas, o que acarreta necrose do tecido e ocasiona a rotação da terceira falange
- Excesso de esforço ou pressão que faz com que o tecido responda com um processo inflamatório
- Ação de endotoxinas, que podem ser provenientes de outras enfermidades ou consequência de uma alimentação rica em carboidratos
- Quando os animais exercem grande esforço físico ou devido ao casqueamento e ferrageamento inadequado
- Fatores hormonais – animais que possuem hipotireoidismo, obesidade ou passam por situações estressantes
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Estágios da Laminite:
Prodrômico – Contato com o agente causador. É uma fase assintomática e seu tempo de duração depende desse agente. Encerra-se nos primeiros sinais de claudicação (manqueira)
Agudo – Há claudicação e rotação da terceira falange (poderá ser observada a exteriorização da terceira falange). Nesta fase deve-se começar o tratamento
Subagudo – Nesta fase ocorre a falência de estruturas dos cascos (necrose isquêmica). Partes das lâminas, córtex, ranilha, etc
Crônico – O casco necrosado sofre rotação e afundamento da terceira falange, perdendo a relação de paralelismo com a muralha do casco, indo em direção à sola
A laminite, por ser uma doença multifatorial, não possui tratamento comprovado, sendo necessário analisar os fatores que influenciaram seu aparecimento e o estágio patológico em que o animal se encontra para determinar um tratamento adequado.
O tratamento visa controlar e amenizar possíveis avanços da doença, atentando-se para a diminuição dos incômodos e danos permanentes. Podem ser utilizados métodos fisioterápicos e injetáveis com o uso de soros e anti-inflamatórios, uso de soluções com água e gelo quando há febre e vasodilatação digital.
Animais com laminite aguda ou predispostos a desenvolvê-la deve se ter o conhecimento a respeito de fluidoterapia aplicada, para não aumentar o volume intravascular excessivo gerando o edema laminar.
Dessa forma, é indispensável o manejo ambiental e nutricional adequado para evitar possíveis infecções e podridão dos cascos. Também é aconselhável o uso de selantes para auxiliar na proteção, garantindo assim uma melhor qualidade de vida ao animal e evitando danos permanentes ou até mesmo risco de morte.
Referências:
http://www.abccmm.org.br/
https://repositorio.unesp.br/