A urolitíase é uma obstrução do trato urinário, sendo os cães e gatos os principais acometidos. Os urólitos ou sedimentos (cálculos) são formados por altas concentrações de solutos, principalmente minerais que supersaturam a urina. A formação dos urólitos está ligada a fatores dietéticos e não dietéticos.
Em síntese, os não dietéticos são raça, idade, sexo, tamanho do animal e infecções. Por exemplo, animais de pequeno porte tem maior predisponência a urolitíase devido ao menor volume de urina excretado, o que deixa a urina mais concentrada.
Todavia, nos fatores dietéticos podemos destacar a composição da dieta podendo tanto levar o animal a ter o problema, como também prevenir e até eliminar os urólitos como é no caso de urólitos de estruvita, que será abordado mais na frente. Rações com baixo teor de umidade levam os animais a urinar menos, aumentando a concentração da urina e aumentando as chances da enfermidade.
Alguns sintomas de urolitíase são hematúria( sangue na urina), espasmos musculares, dor, perda de apetite, esforço para urinar, o que pode se tornar emergencial, sendo necessário a procura imediata de um veterinário.
Em resumo, os principais urólitos encontrados em pets são os de estruvita e o de oxalato de cálcio, além do misto, de silicato e cistina.
Urólitos de Estruvita
Os urólitos de estruvita são formados por magnésio, amônia e fosfato. Seja como for, a urina supersaturada, infecção do trato urinário, urina alcalina e alimentos ricos nesses componentes, ajudam na formação desse tipo de urólito.
No Brasil a maior incidência está ligada com a dieta que em grande parte é caseira, e as industrializadas que tem um baixo teor proteico, e uma maior concentração de cálcio, Magnésio e fosforo do que em outros países.
As cadelas por estarem mais propensas a infecções no trato urinário, acabam sendo mais afetadas do que os machos.
Urólitos de Oxalato de Cálcio
O principal fator é a supersaturação de cálcio e oxalato, tendo uma posterior absorção intestinal de cálcio. Baixos teores de sódio reduz o consumo de água e aumenta a concentração da urina, aumentando o risco de aparecimento desse urólito.
Prevenção e Tratamento
A redução do pH é considerada eficaz na diminuição da incidência de cristais de estruvita, no entanto pH urinário abaixo de 6,29 e que apresentam pouco magnésio, pode levar a formação de cristais de oxalato de cálcio.
Para prevenção dos de estruvita o pH deve estar entre 6,2 e 6,4, e para dissolução do mesmo o pH deve estar entre 5,9 e 6,1.
Já nos cristais de oxalato de cálcio não a dissolução, sendo necessário uma cirurgia para retirada, para a prevenção o pH deve estar entre 6,6 e 6,8.
Ou seja, se deve dar uma dieta bem balanceada para esses animais, já que um pH fora do recomendado, e a falta ou supersaturação de alguns nutrientes, podem acometer a saúde dos mesmos, levando a gastos maiores posteriormente, e podendo levar ao sofrimento e até a morte dos animais.
Referências:
MONFERDINI, R.P., OLIVEIRA, J. MANEJO NUTRICIONAL PARA CÃES E GATOS COM
UROLITÍASE – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Acta Veterinaria Brasilica, v.3, n.1, p.1-4, 2009.
RICK, G.W. et al., Urolitíase em cães e gatos. v.11, n.7, p.705-714, Jul., 2017.
PIRES, C.P. et al., INTER-RELAÇÃO ENTRE O BALANÇO CÁTION-ANIÔNICO DO ALIMENTO E O pH URINÁRIO DE GATOS. v.16, n.3, p.76-86, 2011.