Quando falamos em comportamento reprodutivo, englobamos as diversas ações envolvidas na produção de descendentes, incluindo padrões como:
- modo de acasalamento
- comportamento sexual
- momento do parto
- posterior cuidado com a prole
Mas, para que possamos compreender melhor os sinais de comportamento, precisamos entender quais são os padrões e mudanças fisiológicas que acontecem com os animais envolvidos.
Eventos Fisiológicos
Puberdade e ciclo estral da fêmea: em geral, as marrãs atingem a puberdade por volta dos 4 a 7 meses de idade. Quanto ao ciclo estral, são do tipo poliéstrica anual, ou seja, há repetição durante o ano todo a cada 21 dias em média – podendo haver variações de 18 a 24 dias, isto depende de diversos fatores.
Puberdade do macho: atingem a puberdade por volta dos 7 meses de idade, mas a idade de maturidade fisiológica pode ser distinta quanto a época em que apresentam o comportamento de acasalamento.
Estímulos e Padrões Comportamentais
É visto que as fêmeas apresentam mudanças comportamentais dias antes do início do cio, onde é facilmente observado padrões de inquietude, enquanto os machos continuam sem alguma mudança repentina.
Além de inquietude, as fêmeas apresentam tentativas frequentes de urinar, principalmente quando em presença de um macho. A vulva começa a aumentar, fica com aparência avermelhada e há a presença de secreção mucosa.
O que estimula os machos para o comportamento de monta é basicamente visual – ele se aproxima da fêmea e a conduz até a paralisação. Durante essa aproximação, ele cheira a vulva da fêmea e o flanco – é comum que nesse momento ele emita grunhidos suaves, conhecido como o canto do acasalamento e espuma pela boca.
Há tentativas de montagem mútua, até que a fêmea reage com uma resposta característica, chamada de postura de acasalamento, permitindo então que o macho monte e copule.
Essa postura de acasalamento se dá quando o macho toca nas costas da fêmea e ela então assume uma posição estacionária – também chamada de reação de imobilidade.
Monta
O macho monta uma fêmea na postura de acasalamento imediatamente, a frequência e a duração das montagens para cada acasalamento dependem da receptividade da fêmea e de sua capacidade de suportar o peso do macho. Alguns porcos montam e desmontam repetidamente uma fêmea antes do coito – outros porcos montam uma vez e copulam. Durante a montagem, o porco balança o tronco para cima até uma posição quase vertical e apoia as patas dianteiras na fêmea.
Comportamento Materno-Neonatal
Durante o último mês de prenhez, as fêmeas podem apresentar uma redução na atividade. O edema vulvar e o aumento das glândulas mamárias costumam ser aparentes vários dias antes do parto, mas o tempo de início é bastante variável.
Antes de seguirmos com o conteúdo, temos que ter o conhecimento de um evento que acontece nesse período. Quando solta em algum pasto durante esse período, a porca apresentará o ato de fazer ninho, este é conhecido como comportamento inato – é de grande valor adaptativo, já que é fundamental para a sobrevivência dos animais na natureza. Em situações em que os animais se encontram em confinamento, há o desvio desse comportamento, pois a fêmea não consegue realizá-lo, resultando num comportamento anormal – a fêmea não consegue fazer o ninho na gaiola parideira, mas 24 horas antes do parto ela vai fuçar e escavar o chão com a pata, pois tem a motivação do comportamento natural. Os períodos de construção do ninho normalmente se alternam com intervalos tranquilos quando a porca deita de lado e pode mostrar esforço abdominal leve.
Cerca de 10-90 minutos antes do nascimento do primeiro leitão, a criação do ninho da porca e outras atividades agitadas cessam, e o animal se acomoda, deitando de lado.
Uma pequena quantidade de fluido viscoso escapa da vulva, e o primeiro leitão normalmente nasce não mais do que 20 minutos depois. As porcas geralmente permanecem deitadas de lado durante a maior parte do parto, mas os leitões às vezes nascem quando a porca está em pé ou deitada de bruços.
Foi observado que, a medida em que vão nascendo, os leitões se direcionam principalmente para as tetas craniais, por estarem mais próximas do aconchego materno.
Referências:
Reproductive behavior. AccessScience, 2020.
Disponível em <https://www.accessscience.com/>