O splay leg, conhecido popularmente como “perninhas abertas”, é uma condição congênita que afeta leitões recém-nascidos e representa um desafio importante para a suinocultura.
Características e impactos nos leitões acometidos
Essa condição é caracterizada pela incapacidade do leitão em manter as pernas traseiras, e em alguns casos as dianteiras, em posição normal sob o corpo. Como resultado, os membros se estendem lateralmente, prejudicando a locomoção.
Os leitões acometidos pelo splay leg apresentam uma postura distinta: as patas traseiras, e eventualmente as dianteiras, ficam lateralmente afastadas, dificultando que o animal fique em pé ou se mova. Essa dificuldade muitas vezes impede que o leitão alcance as tetas da porca para mamar, o que compromete sua sobrevivência.
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A condição é geralmente evidente logo após o nascimento, mas a gravidade pode variar. Em casos leves, o animal ainda consegue mamar com alguma dificuldade; em casos graves, é completamente incapaz de se alimentar sozinho.
Principais causas
A etiologia do splay leg é multifatorial, envolvendo aspectos genéticos, nutricionais e ambientais!
Algumas linhagens genéticas de suínos são mais propensas à condição, e a seleção inadequada pode aumentar a incidência em rebanhos. Deficiências de nutrientes essenciais durante a gestação, como vitamina E, selênio e ácidos graxos, podem afetar o desenvolvimento muscular e nervoso dos leitões, predispondo-os ao problema.
Além disso, superfícies lisas ou úmidas nas maternidades dificultam que os leitões recém-nascidos consigam se estabilizar e caminhar corretamente, agravando ou desencadeando a condição. O nascimento difícil ou prolongado também pode causar fraqueza muscular ou trauma nos leitões, contribuindo para o surgimento do problema. Outro fator envolvido é o atraso no desenvolvimento de músculos e tendões em alguns leitões, associado a desequilíbrios hormonais.
Consequências econômicas e de desempenho
O splay leg afeta o desempenho e a sobrevivência dos leitões de várias maneiras. A postura anormal impede que o leitão alcance as tetas da porca, resultando em subnutrição e desidratação. Muitos leitões acometidos não sobrevivem sem intervenção, especialmente se forem esmagados pela porca devido à sua incapacidade de se locomover rapidamente.
Além disso, o manejo adicional, as perdas de leitões e os custos com tratamentos aumentam os custos de produção, gerando prejuízos econômicos para a granja.
Possíveis tratamentos
Embora não exista cura definitiva para o splay leg, várias práticas podem ser adotadas para melhorar as chances de recuperação dos leitões acometidos. Uma abordagem comum é o uso de fitas ou ataduras para amarrar as patas traseiras, e às vezes as dianteiras, com uma faixa macia que as mantenha em posição correta, ajudando no fortalecimento muscular e na recuperação funcional.
É fundamental fornecer pisos antiderrapantes, como tapetes de borracha ou superfícies rugosas, para melhorar a tração e evitar o agravamento da condição. Leitões gravemente acometidos podem precisar ser alimentados manualmente com leite artificial ou diretamente com a porca para evitar desnutrição.
Prevenção é a chave!
A prevenção é sempre mais eficaz e econômica do que o tratamento. Fornecer uma dieta balanceada rica em vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais durante a gestação é fundamental para evitar a ocorrência de splay leg.
Além disso, a seleção genética criteriosa, evitando a reprodução de animais que apresentaram alta incidência da condição em sua prole, é uma prática essencial. Garantir pisos seguros, antiderrapantes e secos nas maternidades também é uma medida importante para evitar quedas e movimentos inadequados dos leitões.
Considerações finais
O splay leg é mais comum em leitões de baixa viabilidade ao nascimento, como os que nascem com baixo peso. Apesar de sua aparência debilitante, muitos leitões com tratamento adequado conseguem se recuperar completamente em poucos dias.
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A incidência dessa condição pode variar de acordo com o manejo da granja, sendo mais comum em instalações menos tecnificadas. Essa condição desafiadora pode ser manejada e, principalmente, prevenida com práticas adequadas de manejo, nutrição e genética.
O sucesso no tratamento depende da detecção precoce e de intervenções rápidas, garantindo o bem-estar dos animais e reduzindo os prejuízos econômicos. Assim, a conscientização sobre as causas, os tratamentos e as medidas preventivas é essencial para minimizar os impactos dessa condição nos sistemas produtivos.