O uso de aditivos na suinocultura: entenda essa estratégia

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Na suinocultura moderna, o uso de aditivos alimentares se consolidou como uma estratégia fundamental para garantir a saúde dos animais e alcançar o máximo desempenho produtivo.

O que são aditivos?

Os aditivos são ingredientes que, adicionados à dieta em pequenas quantidades. Outrossim, eles atuam para melhorar o ganho de peso dos suínos, reduzir a conversão alimentar, controlar enfermidades e até diminuir a emissão de poluentes. Além disso, os aditivos alimentares ajudam o produtor a atender às exigências dos mercados, que buscam cada vez mais carne suína segura, sustentável e livre de resíduos indesejáveis.

De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), aditivos são fundamentais para garantir a biosseguridade e o bem-estar animal em sistemas intensivos de produção.

Principais tipos de aditivos e suas funções:

1. Antimicrobianos

Durante décadas, os antimicrobianos foram utilizados não apenas para tratar doenças, mas também como promotores de crescimento. No entanto, o cenário mudou. Desde 2006, a União Europeia proibiu o uso de antibióticos como promotores de crescimento por meio do Regulamento (CE) nº 1831/2003.

No Brasil, a Instrução Normativa nº 65/2016 do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) regulamenta o registro e uso de aditivos zootécnicos, incluindo antimicrobianos, exigindo comprovação de segurança e eficácia.

2. Probióticos

Probióticos são microorganismos vivos que equilibram a microbiota intestinal, melhoram a imunidade e aumentam o desempenho dos suínos. Diversos estudos mostram que o uso de Bacillus subtilis e Lactobacillus spp. reduz a incidência de diarreias em leitões recém-desmamados.

3. Prebióticos

Prebióticos, como os mananoligossacarídeos (MOS), servem de alimento para as bactérias benéficas do intestino. Conforme revisão publicada na revista Livestock Science (2022), o uso de prebióticos pode melhorar a integridade intestinal e o ganho de peso em suínos jovens.

4. Ácidos Orgânicos

Os ácidos orgânicos, como o ácido fórmico e o ácido propiônico, baixam o pH do estômago, dificultando a proliferação de patógenos como Salmonella. De acordo com o Regulamento (UE) 2019/4, que trata dos medicamentos veterinários e aditivos, os ácidos orgânicos são considerados alternativas seguras aos antimicrobianos.

5. Enzimas Exógenas

As enzimas como fitase e xilanase são amplamente utilizadas para aumentar a digestibilidade de nutrientes. Segundo a empresa Adisseo (Manual Técnico de Nutrição Animal, 2020), a suplementação com fitase permite a liberação de até 30% mais fósforo disponível, reduzindo a necessidade de adição de fontes minerais caras e diminuindo o impacto ambiental.

6. Antioxidantes

Em situações de estresse térmico, comuns em regiões tropicais, o uso de antioxidantes como vitamina E e selênio orgânico é recomendado. A Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (ABRAVES) aponta que a suplementação antioxidante melhora a resistência ao estresse oxidativo e favorece o desempenho reprodutivo.

7. Óleos Essenciais e Fitogênicos

Óleos de orégano, tomilho e eucalipto têm demonstrado ação antimicrobiana e anti-inflamatória. Segundo a pesquisa publicada no Brazilian Journal of Animal Science (2023), o uso de fitogênicos pode aumentar em até 8% o ganho de peso em suínos de terminação.

8. Aglutinantes de Micotoxinas

Os aglutinantes, como bentonita e zeólita, adsorvem micotoxinas presentes nos alimentos contaminados, prevenindo intoxicações graves. A Instrução Normativa nº 30/2009 do MAPA exige registro e comprovação de eficácia desses aditivos no Brasil.

Leia também: Óleos Essenciais para Animais de Produção: Benefícios e Uso

Como escolher o aditivo certo?

Nem todo aditivo serve para qualquer situação. A escolha depende de fatores como:

  • A fase em que o suíno se encontra (creche, crescimento, terminação ou reprodução);
  • As condições sanitárias da granja;
  • Os objetivos de produção (como ganho de peso, melhora da saúde intestinal, entre outros);
  • As exigências de mercado (como produtos livres de antibióticos).

Portanto, o ideal é contar com orientação técnica para definir quais aditivos usar e em que quantidades. Assim, você garante o máximo retorno sobre o investimento.

Tendências e futuro dos aditivos na suinocultura:

Com o aumento das restrições ao uso de antibióticos, cresce o mercado de alternativas naturais, como probióticos, ácidos orgânicos e fitogênicos. A demanda por carne suína “antibiótico-free” impulsiona essas mudanças.

Além disso, tecnologias como nutrição de precisão e análise microbiológica de rotina permitem ajustes finos no uso de aditivos, otimizando resultados e reduzindo desperdícios.

De acordo com o relatório da Grand View Research (2024), o mercado global de aditivos para suínos deve crescer a uma taxa anual superior a 5% até 2030, impulsionado principalmente pela busca por sustentabilidade e biossegurança.

Leia também: PROBIÓTICOS: O que são? Qual a importância?

Conclusão:

Portanto, o uso de aditivos na suinocultura é uma ferramenta indispensável para garantir produtividade, saúde animal e sustentabilidade. No entanto, seu uso deve ser sempre orientado por bases técnicas sólidas, respeitando as regulamentações vigentes e as exigências dos consumidores. Assim, o produtor se posiciona de forma segura e competitiva no mercado.

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