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A comercialização e tendências do mercado da carne suína são uns dos aspectos mais estratégicos da suinocultura, influenciados por fatores como demanda do mercado, custos de produção, padrões de consumo e competitividade com outras proteínas.
Produção nacional
O mercado da carne suína é amplamente dinâmico e responde diretamente ao consumo interno e às exportações. No Brasil, a carne suína é a terceira proteína mais consumida. No entanto, seu consumo tem crescido gradualmente, impulsionado por preços mais acessíveis e pela diversificação de cortes e produtos industrializados. Além disso, campanhas para desmistificar a carne suína e destacar seus benefícios nutricionais têm ajudado a aumentar sua aceitação entre os consumidores.
De acordo com o Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), em 2024, a produção nacional atingiu um novo recorde, alcançando 5,4 milhões de toneladas. Apesar desse marco, o crescimento anual foi de apenas 0,6%, o menor da última década, ficando abaixo da média de 5,3% registrada nos últimos dez anos.
Assim sendo, a produção nacional de carne suína posiciona o Brasil como o quarto maior produtor mundial, com destaque para a região Sul. Santa Catarina lidera a produção nacional, sendo responsável por 28,38% dos abates e 40,28% das exportações brasileiras de carne suína. Além disso, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também desempenham papéis importantes nesse cenário, consolidando a região como um polo suinícola.
Produção internacional
Por outro lado, no cenário internacional, o Brasil se destaca como um dos maiores exportadores mundiais de carne suína, competindo com países como os Estados Unidos, Canadá e a União Europeia. As exportações são altamente influenciadas por fatores como surtos sanitários, tarifas comerciais e exigências de certificações, o que torna essencial que os produtores atendam aos padrões internacionais de qualidade e biossegurança.
Entre os principais destinos da carne suína brasileira, destacam-se a China, tradicionalmente o maior mercado, importou 241 mil toneladas, uma redução de 31%, as Filipinas, que importaram 254,3 mil toneladas em 2024, um aumento expressivo de 101,8% em relação a 2023. Outros mercados relevantes incluem o Chile, com 113 mil toneladas (+29,1%), e o Japão, com 93,4 mil toneladas (+131,6%).
Dessa forma, esses números ressaltam a importância da carne suína brasileira no mercado global e a necessidade contínua de atender às exigências sanitárias e de qualidade dos importadores. Além disso, a busca por produtos certificados que garantam bem-estar animal e sustentabilidade tem influenciado as tendências de consumo, incentivando a indústria a adotar práticas mais transparentes e responsáveis.
Tecnologia e a comercialização da carne suína
Outrossim, a tecnologia também tem desempenhado um papel crucial na comercialização da carne suína. Ferramentas de rastreabilidade digital permitem que consumidores e importadores acompanhem toda a cadeia produtiva, aumentando a confiança e agregando valor aos produtos.
Além disso, o comércio eletrônico de carnes tem se expandido, com supermercados e frigoríficos investindo em plataformas online para atender às novas demandas dos consumidores.
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Com isso, as perspectivas para 2025 são otimistas, com tendência de manutenção do fluxo de exportações para países asiáticos e das Américas. A diversificação dos mercados importadores e a qualidade reconhecida da carne suína brasileira posicionam o país de forma competitiva no cenário internacional. Além disso, a expectativa de firmar protocolos de exportação de miúdos suínos para a China pode abrir novas oportunidades para o setor.
Em suma, a comercialização da carne suína no Brasil está em ascensão, impulsionada por um mercado interno robusto e pela crescente presença no cenário internacional. A adoção de práticas sustentáveis, o investimento em tecnologia e a adaptação às tendências de consumo são fundamentais para manter e ampliar essa trajetória positiva. Embora com crescimento moderado, continua a alcançar novos patamares.