No Brasil, a cultura algodoeira é responsável por produzir aproximadamente 7,5 milhões de toneladas de algodão, IBGE (2023), sendo o estado do Mato Grosso, o maior produtor. Assim, essa cultura atende tanto as indústrias têxteis, como também produz subprodutos que atendem a pecuária, sendo utilizado na alimentação de bovinos, caprinos, suínos etc.
Leia também: Você sabe quais são os coprodutos da produção de algodão utilizados na nutrição de bovinos de corte?
O caroço e farelo de algodão, são os subprodutos mais utilizados na alimentação animal, sendo constituído por proteína vegetal. Desta forma são obtidos por meio da semente e extração do óleo, dos quais possuem diferentes valores nutricionais conforme seu processamento.
Em princípio, o caroço é separado em casca e semente, após a extração do óleo, há a moagem do caroço formando assim o farelo.
O caroço de algodão tem um alto percentual de energia, proteína e fibra. A energia é proveniente do óleo presente no caroço (20%da MS). Os altos níveis de óleos insaturados no rúmen (acima de 8%), podem gerar distúrbios na fermentação ruminal, pois acarretam morte das bactérias, com isso reduz a degradação de fibras e diminui consequentemente o consumo.
Já o farelo possui um preço relativamente menor em relação a outras fontes proteicas de origem vegetal (soja, canola), ainda mais, apresenta um bom nível de proteína e boa palatabilidade. Quando apresenta em sua composição a casca do caroço, ele se encontra com um menor teor de proteína, no entanto, é mais fibroso (28% PB, 38% FDN). Em Contrapartida, ocorre com o farelo sem casca que é mais proteico e menos fibroso (38 a 40% PB, 28%FDN).
Acesse também nosso LinkedIn e nos siga: Zootecnia Brasil
O gossipol é um composto fenólico presente na cultura algodoeira, do qual tem por objetivo proteger a planta contra predadores, no entanto, é uma substância tóxica para os ruminantes e monogástricos, quando se encontra de forma livre, visto que, diminui a absorção e retenção do ferro no organismo, além de ser prejudicial à reprodução, dentre outros efeitos deletérios. Além disso, sua concentração varia conforme a cultivar, condição climática e processamento.
Composição química do farelo de algodão
Alimento | MS | PB | EE | FDN | FDA | MM | Ca | P | S |
Caroçode algodão | 90,66% | 22,94% | 20,06% | 41,70% | 33,81% | 4,28% | 0,27% | 0,74% | – |
Farelo algodão 28% | 89,71% | 31,48% | 1,99% | 33,26% | 29,85% | 5,33% | 0,26% | 0,78% | 0,22% |
Farelo algodão 38% | 89,74% | 39,63% | 1,46% | 29,46% | 21,23% | 6,05% | 0,24% | 0,97% | – |
Farelo algodão 42% PB | 90,59% | 46,61% | 1,64% | 27,08% | 20,12% | 6,29% | 0,22% | 0,96% | 0,10% |
Em síntese, os subprodutos do algodão podem ser fornecidos aos animais, desde que, sejam ofertados em uma dieta balanceada, além disso, é imprescindível serem observados a sua disponibilidade na região, já que podem elevar os custos, podendo assim ser compensatório ou não de serem utilizados na alimentação animal.
Referências:
KLEEMANN, G. K. Farelo de algodão como substituto ao farelo de soja, em rações para a tilápia do nilo. Universidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Campus de Botucatu. Disponível em: untitled. Acesso em: Janeiro 2025.
BR- Corte. Disponível em: BR-Corte 5.0. Acesso em: Janeiro 2025.
REAGRO- Disponível em: Coprodutos do algodão para alimentação do gado: saiba quais são. Acesso em: Janeiro 2025
GADELHA, I. C. N., et al., Efeitos do gossipol na reprodução animal. 2011. Disponível em: www. researchgat.net. Acesso em: Janeiro 2025.
IBGE, Produção de algodão herbáceo. 2023. Disponível em: Produção de Algodão herbáceo no Brasil | IBGE Acesso em: Janeiro 2025.