As pastagens como qualquer cultura estão sujeitas a uma diversidade de pragas que podem acarretar uma série de prejuízos ao produtor, uma vez que, estas causam as plantas uma redução de crescimento e em alguns casos podem levá-las à morte. A seguir falaremos sobre uma das principais, a CIGARRINHA DAS PASTAGENS!
Cigarrinha das pastagens
Dois gêneros de cigarrinhas das pastagens são amplamente relatados em ataques a pastagens e em outras culturas como cana e milho. As quatro principais espécies mais citadas são: Deois flavopicta; Deois incompleta; Mahanarva fimbriolata; Notozulia entreriana.
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As cigarrinhas podem causar danos tanto na fase adulta como na fase de ninfa. Quando adultas elas sugam seiva e inoculam toxinas gerando uma intoxicação na planta que a depender do grau de infestação, pode causar um amarelecimento geral da planta com evolução para um processo de secagem definitivo, logo, as plantas podem apresentar uma aparência de que foram queimadas ou desidratadas intensamente.
Na fase de ninfa, geralmente, elas ficam abrigadas na base dos perfilhos, próximas ao solo, porém em algumas espécies de forrageiras elas também podem ser encontradas em nós um pouco mais elevados do solo. Uma característica do seu ataque nesta fase é a presença de uma espuma branca e translúcida que envolve a ninfa (facilmente visível geralmente na base da planta). Nessa fase elas basicamente sugam a seiva e causam um redução do crescimento das plantas.
O monitoramento deve ser contante, a fim de iniciar o mais rápido possível o controle.
Método de controle
- Controle biológico: pode ser usado o controle biológico através do fungo Metharhizium anisopliae ou Beauveria bassiana, facilmente encontrados comercialmente. A aplicação vai depender das indicações de uso do produto, siga a bula! O controle biológico costuma ser bem efetivo, porém é necessário acompanhamento e possíveis reaplicações.
- Controle químico: até o momento da publicação deste post não foram encontrados produtos registrados e com potencial de uso no site Agrofit.
- Consorciação de pastagens: os pastos consorciados são citados como alternativa para reduzir infestações de cigarrinhas das pastagens, uma vez que elas atacam apenas as gramíneas, contudo, o pasto consorciado pode ser atacado tão quão um pasto de monocultivo, pois não esqueça, por ser consorciado ele ainda possuirá gramíneas na sua composição.
- Controle da altura do pasto: com plantas susceptíveis ao ataque, durante o período de deposição dos ovos das cigarrinhas, deve ser realizado um rebaixamento máximo do capim, a fim de evitar locais para ovo deposição.
- Escolha de espécies mais resistentes: tome cuidado na escolha, pois em algumas décadas, algumas espécies forrageiras perderam sua resistência a essa praga.
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Monitoramento
O monitoramento deve ser realizado a cada 15 dias com uso de rede entomológica para captura de cigarrinhas adultas, e uso de quadrado 0,5x1m para detecção de ninfas.
- Para 10-20 adultos encontrados em uma faixa de 10 m à realizar controle
- Para 6-25 ninfas encontrados em uma faixa de 10 m à realizar controle
Referências
Teixeira, CAD; Júnior, JRV; Costa, JNM. Pragas e doenças em pastagens na Amazônia. Embrapa. 2020.
Pragas das pastagens: características, danos e manejo. Embrapa documento 300. 2022.