Xenotransplante é o transplante de órgãos, tecidos ou células de outra espécie para humanos, é um um dos campos mais promissores e ao mesmo tempo desafiadores da medicina. Os suínos são considerados ótimos candidatos para isso por diversos motivos.
Porque os suinos são utilizados?
Os suínos (Sus scrofa domesticus) é a espécie mais utilizada em xenotranplantes por diversos fatores, como:
Semelhança anatômica e fisiológica: Os órgãos dos suínos, como coração, rim, fígado e pâncreas, têm tamanho, estrutura e função semelhantes aos dos humanos.
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Facilidade de criação: Suínos são fáceis de criar em ambientes controlados e têm ciclos de reprodução rápidos, garantindo uma fonte estável de órgãos.
Genética manipulável: Suínos podem ser geneticamente modificados para atender às necessidades humanas. A tecnologia CRISPR é amplamente usada para remover genes que causam rejeição ou para inserir genes humanos que tornem os órgãos mais compatíveis.
Modificações genéticas necessárias
Remoção de genes de antígenos: Suínos carregam moléculas específicas, como o açúcar alfa-gal, que desencadeiam rejeição hiperaguda, por isso, esses genes são desativados.
Inserção de genes humanos: Genes humanos que ajudam a modular a resposta imune são adicionados aos suínos, tornando seus órgãos mais “humanizados”.
Exemplos de órgãos em estudo
Coração: Transplantes cardíacos têm sido um foco principal, principalmente para pacientes com insuficiência cardíaca terminal.
Rins: Suínos geneticamente modificados já tiveram seus rins transplantados para humanos em estudos experimentais.
Pâncreas: Estudos têm explorado o uso de ilhotas pancreáticas suínas para tratar diabetes tipo 1.
Fígado: Órgãos de suínos podem ser usados temporariamente como suporte em pacientes com insuficiência hepática enquanto aguardam transplante humano.
Desafios
Rejeição imunológica: Mesmo com modificações genéticas, a rejeição é um grande obstáculo. O corpo humano pode desenvolver respostas imunológicas tardias.
Infecções zoonóticas: Vírus suínos, como retrovírus endógenos (PERVs), podem teoricamente ser transmitidos aos receptores humanos.
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Ética e aceitação social: Algumas pessoas têm preocupações éticas ou religiosas sobre o uso de animais, principalmente suínos, para salvar vidas humanas.
Avanços históricos
2021 (NYU): Um rim de suíno geneticamente modificado foi conectado a um humano em morte cerebral sem sinais imediatos de rejeição.
2022 (Universidade de Maryland): Um coração de suíno geneticamente modificado foi transplantado em um homem vivo. Ele sobreviveu por cerca de dois meses, marcando um avanço significativo na área.
Futuro do xenotransplante
O objetivo final é tornar o xenotransplante uma prática clínica segura e eficiente, para isso, algumas das inovações que podem ajudar incluem:
Órgãos de bioimpressão 3D: Tecnologia que pode combinar células humanas com matrizes biológicas para criar órgãos compatíveis.
Redução de riscos imunológicos: Novas terapias imunossupressoras mais específicas podem facilitar a aceitação dos órgãos suínos.