O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo. O grão de milho possui componentes distintos em cada uma de suas estruturas, permitindo a obtenção de vários coprodutos. O pericarpo (membrana externa a casca) possui características fibrosas. O endosperma é constituído principalmente de amido e proteína (zeína) e o gérmen é composto por proteína (gluteína) e lipídeos. Por isso, através de processos diferenciados, via úmida e seca, é possível originar coprodutos com valores nutricionais interessantes, como altos níveis de proteína e gordura.
Em virtude destas características na estrutura do grão, pode-se gerar inúmeros coprodutos com características distintas, entre eles destacam-se o glúten de milho com 60% de proteína bruta (PB), o glúten de milho com 20% de PB, o gérmen de milho integral ou desengordurado e o óleo de milho.
O óleo de milho é extraído a partir do gérmen de milho e representa de 3,1 a 5,7% de peso total do grão, sendo considerado um produto nobre em decorrência de sua alta estabilidade, resultando em maior tempo de validade para o mercado de nutrição humana, além dos altos níveis de ácidos graxos poliinsaturados, como o ácido linoleico (48,02%), além do ácido oleico (34,68%), ácido palmítico (12,5%) e ácido esteárico (2,11%). O óleo de milho tem potencial para ser utilizado na nutrição animal devido seu ótimo perfil de ácidos graxos, mas poucos estudos foram encontrados sobre o seu uso na nutrição de cães.
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O gérmen de milho é obtido na moagem úmida do grão de milho, seguida da secagem, prensagem e perfusão por solvente. É considerado uma fonte energética alternativa ao milho na nutrição animal, com média de 5,14% de fibra bruta, podendo variar de acordo com o processo.
Na literatura, foram encontrados estudos avaliando o gérmen de milho na nutrição de poedeiras, suínos e aves de corte. Os autores concluíram que a inclusão de gérmen não deve ultrapassar 20% na dieta, por conta dos efeitos negativos dos polissacarídeos não amiláceos. Poucos estudos foram encontrados avaliando o gérmen de milho na nutrição de cães. No entanto, os autores observaram menor digestibilidade do gérmen de milho quando incluído 30% na dieta com quirera de arroz e sorgo.
O lipídeo é um componente fundamental na dieta dos cães, pois é o nutriente dietético com maior densidade calórica. Além disso, é uma grande fonte de ácidos graxos essenciais, como os ácidos graxos poliinsaturados, ácidos linoleico e alfa-linoleico. Na fase de crescimento dos cães, por exemplo, os ácidos docosahexaenóico (DHA), eicosapentaenóico (EPA) e o araquidônico são essenciais.
Uma outra função importante é o efeito que causa na palatabilidade, pois dietas ricas em gorduras são normalmente mais atrativas e palatáveis para os cães, seja pelo sabor ou a textura.
Os cães por serem carnívoros não estritos digerem muito bem os lipídeos, apresentando alta digestibilidade aparente de óleos e gorduras, cerca de 85 a 95%, variando conforme o tipo e a quantidade de gordura e o fornecimento de ácidos graxos essenciais.
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Referências:
Sabchuk, Tabyta Tamara. Coprodutos do milho e perdas endógenas da gordura em cães / Tabyta Tamara Sabchuk. -Curitiba, 2018.