A perspectiva de Temple Grandin sobre o comportamento e o bem-estar animal em abatedouros

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Mary Temple Grandin nasceu em Boston, Massachusetts. É uma mulher autista que observou a necessidade de modificações em currais e abatedouros, através dos comportamentos estressantes dos bovinos referentes a projeções ruins encontradas no ambiente. Ela começou a observar os altos mugidos, as expressões corporais, a taxa de mortalidade e o manejo grosseiro dos peões com o gado. O que permitiu ela sentir o incômodo desses animais em si mesma, foi o fato de ser autista, se colocando no lugar das vacas no rancho de sua tia. Pessoas autistas se incomodam com barulhos, grandes movimentos, toques, e T. Grandin não gostava de ser tocada, nem abraçada, mas pôde sentir o prazer de um abraço quando viu que as vacas se acalmavam no tronco de contenção, logo, desenvolveu a “máquina do abraço”, comparando-a com o tronco. 

Tronco de contenção 

Máquina do abraço 

Temple Grandin possui bacharel em Psicologia pelo Franklin Pierce College, um mestrado em Zootecnia na Universidade Estadual do Arizona e também um Ph.D em Zootecnia pela Universidade de Illinois. Atualmente, ministra cursos na Universidade Estadual do Colorado sobre o comportamento de rebanhos e projetos de instalação, além de prestar consultoria para a indústria pecuária. Temple em sua pesquisa de mestrado, notou que os bois gostam de andar em círculos, se assustam com coisas penduradas, como roupas e correntes, escorregam em pisos lisos e desgastados. Portanto, ela projetou um designer para o curral que faz com que os bovinos andem tranquilos, sem se assustarem, seguindo uns aos outros em semicírculos e descendo para a piscina em rampas com alterações em sua superfície, para que os animais não escorregassem e pudessem nadar mais confiantes, sem gerar afogamento.

060311_diagram visão circular do boi

36640_max projeto de mestrado para abatedouros 

Já em seu PhD, T. Grandin foi a fundo e resolveu pesquisar sobre os fatores que impedem o gado de andar e faz com que eles travem e/ou recuem. Ela analisou 29 plantas de abatedouros (de bovinos e suínos) dos EUA e Canadá, e entre esses locais, 4 fatores principais foram destacados. Pisos lisos e escorregadios, ruídos altos de motores, ruídos do vento que batia nas calhas e iluminação fraca ou muito clara. Pequenos reparos nesses erros, já geram grande efeito para a qualidade de vida desses rebanhos. Do lado fisiológico, Mary observou que o aumento de cortisol, hormônio do stress, era maior em animais que morreram em locais que possuíam esses erros do que animais que morreram em locais com uma  estrutura apropriada. Notou também que a concentração de lactato no sangue (indicador de stress) e atividade da creatina quinase (enzima encontrada nas células esqueléticas e cardíacas, utilizada na contração muscular) também foram correlacionados em suínos. E o aspecto da carne exsudativa, macia e pálida (PSE – pale soft exudative). A carne PSE significa uma carne desagradável e o termo “macia” refere-se a carne crua. 

Referências:

  • Fatores que impedem o movimento de animais em plantas de abate, Temple Grandin, PhD
  • Filme: Temple Grandin
  • https://particionando.wordpress.com/2015/07/24/temple-grandin-diferente-mas-nao-inferior/

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